Servidores de Taboão da Serra mantêm greve e aguardam proposta da Prefeitura
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O presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de Taboão da Serra, Anderson Luis, confirmou que a categoria entrou oficialmente em greve após a ausência de respostas do governo municipal às reivindicações apresentadas pelos trabalhadores. A paralisação foi deliberada em assembleia e começou nesta semana, com nova mobilização marcada para quinta-feira, dia 5.
Segundo Anderson, o movimento teve início após a falta de retorno da administração sobre as pautas apresentadas. “Estávamos em estado de greve e havíamos protocolado isso junto à Prefeitura. Como não tivemos resposta, a assembleia decidiu pela deflagração da greve”, explicou.
Na segunda-feira, dia 2, representantes do sindicato se reuniram com o governo municipal e alguns vereadores, em uma tentativa de diálogo. “Foi proposto que o Executivo envie um projeto de lei à Câmara, para ser apreciado pela comissão e possivelmente votado na próxima terça-feira”, afirmou o sindicalista.
Apesar da sinalização de avanço nas negociações, a mobilização segue mantida. “A Assembleia é soberana. Por isso, continuaremos com as reivindicações. O prefeito parece reconhecer a legalidade da greve e, pelo que foi sinalizado, há disposição para atender parte das pautas. Esperamos chegar a um denominador comum para evitar maiores prejuízos à população”, disse Anderson.
O sindicato acredita que entre 300 e 400 servidores devem aderir ao movimento, mas reforça que o respeito à decisão individual será mantido. Atualmente Taboão da Serra tem mais de cinco mil servidores municipais. “Quem não quiser aderir será respeitado. Essa luta é de todos. Se conquistarmos avanços, todos serão beneficiados”, destacou.
A próxima concentração está marcada para quinta-feira, dia 5, às 7h30, na sede do sindicato. A partir dali, está prevista uma caminhada até a sede da Prefeitura de Taboão da Serra. “Possivelmente faremos esse trajeto como forma de dar visibilidade às nossas demandas”, afirmou Anderson.
A principal reivindicação da categoria envolve melhorias salariais, condições de trabalho e valorização do funcionalismo, pontos que vêm sendo discutidos desde o início do ano.
Governo irá se manifestar
Durante sessão na Câmara Municipal de Taboão da Serra, realizada nesta terça-feira, dia 3, o presidente da Casa, vereador Carlinhos do Leme, comentou sobre a greve dos servidores públicos municipais marcada para esta quinta-feira, 5 de junho. Em seu discurso, ele reconheceu que o tema funcionalismo tem sido uma das principais pautas da nova gestão desde o início do mandato do prefeito Engenheiro Daniel.
“Desde o primeiro ou segundo dia de posse, a gente está discutindo sobre os funcionários. O que é possível e o que não é possível. Isso não começou agora”, afirmou o presidente, ressaltando que o governo municipal tem feito reuniões e estudos técnicos para resolver antigas distorções salariais.
Carlinhos destacou a situação de servidores que ganham abaixo do salário mínimo, algo que, segundo ele, é corrigido mês a mês com complementação por parte da Prefeitura.
“Tem funcionário que ganha menos de um salário mínimo. Todo mês o governo completa. Ele recebe R$ 900 e o governo coloca R$ 600 e alguma coisa para completar o salário dele”, explicou.
De acordo com Carlinhos, a atual gestão reconheceu essa desigualdade e já está elaborando um estudo de impacto financeiro para corrigir definitivamente o problema. “Não adianta dar o aumento agora e daqui a dois anos não conseguir pagar. Tudo está sendo feito com responsabilidade”, declarou.
O presidente parabenizou o prefeito Engenheiro Daniel e toda a equipe do governo pelo comprometimento com o funcionalismo público. “Parabéns ao prefeito, ao secretário da Fazenda, ao secretário de Administração e a todos os vereadores. Essa luta é coletiva. O objetivo é diminuir — ou até acabar — com a injustiça histórica que existe sobre o funcionalismo”, concluiu.
A vereadora Najara Costa destacou a importância do diálogo entre o poder público e o funcionalismo municipal, em meio ao estado de greve decretado pelos servidores.
A parlamentar relatou que participou de reuniões com o prefeito Engenheiro Daniel ao longo da segunda-feira dia 2, , juntamente com vereadores e representantes do sindicato da categoria. “Estivemos com o prefeito durante todo o dia, e também à tarde junto ao sindicato. Saímos bem tarde da prefeitura, mas fiquei feliz com a reunião, porque tratamos de pautas muito importantes para os servidores”, afirmou.
Najara defendeu a urgência de ações estruturantes que garantam melhorias salariais e valorização das carreiras públicas. “Nosso foco principal é que tenhamos salário digno. A lei que será votada na próxima semana nesta Casa é um primeiro passo importante para fazer justiça, garantindo que ninguém receba menos do que um salário mínimo”, declarou.
A vereadora também cobrou a implementação de planos de carreira para todas as categorias. “Hoje apenas a Guarda Civil Municipal e os professores têm plano de carreira. Precisamos ampliar isso. Também precisamos pensar na valorização do vale-alimentação e de tantas outras ações importantes para que os servidores tenham interesse de permanecer na administração”, destacou.
Najara mencionou a mobilização dos servidores nas redes sociais e reconheceu as dificuldades enfrentadas pela categoria. “A hashtag usada pelo movimento diz que o salário de Taboão é o pior da região. Infelizmente, isso tem fundamento. Já tivemos o melhor IDEB da região e também o melhor salário. Mas ao longo dos anos, isso foi se perdendo. Precisamos recuperar essa valorização”, concluiu.
A vereadora finalizou sua fala reiterando o compromisso de seu mandato com a pauta do funcionalismo. “Contem com essa Câmara Municipal. Contem com o nosso mandato para promover o debate qualificado sobre essa demanda e os avanços tão necessários no âmbito dos serviços públicos municipais.”
Já para o vereador Vanderley Bressan, o atual momento exige responsabilidade e realismo no debate sobre o funcionalismo público. “Desde o primeiro dia de mandato, tenho batido na tecla de que esse debate precisa ser muito sério e responsável. Não podemos ficar presos a narrativas utópicas que não se transformam em realidade. Quando isso acontece, o holerite do servidor continua o mesmo e a vida dele não melhora”, criticou.
O parlamentar destacou que o funcionalismo enfrenta hoje os efeitos de décadas de negligência e falta de políticas eficazes de valorização. “É o resultado de empurrar com a barriga um problema que iria estourar, e agora o governo do prefeito Daniel tem a coragem de enfrentar esse desafio de frente”, afirmou.
Durante sua fala, Bressan fez um resgate histórico de ações pontuais de valorização do funcionalismo em gestões anteriores. Citou a equiparação salarial dos técnicos realizada no governo Evilásio Farias e a aprovação da lei do dissídio em 2019, no governo Fernando Fernandes. Também lembrou que a gestão Aprígio pagou o dissídio em três anos consecutivos, 2022, 2023 e 2024.
Apesar disso, ele ressaltou que tais ações foram esparsas e insuficientes para resolver o problema estrutural da defasagem salarial. “O governo do Engenheiro Daniel vai fazer história. Vai tornar o salário base de todas as categorias equiparado ao salário mínimo. Vai incorporar o abono e transformar isso em salário fixo. É uma ação ousada, de quem não tem medo de enfrentar a realidade”, declarou.
Bressan ainda elogiou a disposição da atual gestão ao diálogo com os servidores e o sindicato. “O governo reconhece a legitimidade da greve e já está dialogando com o sindicato. Tenho certeza de que, nos próximos dias, esta Casa vai participar de um momento histórico. Vamos corrigir uma desumanidade arrastada por décadas, em que servidores recebiam menos que o mínimo legal”, disse.
Para o vereador, o debate deve ir além de gratificações e benefícios eventuais. “Mais importante do que discutir gratificação é discutir reconhecimento salarial. E é isso que estamos fazendo agora: tratando do problema na coluna dorsal, naquilo que realmente importa para a dignidade do servidor”, concluiu.
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