Sem Teto lutam contra despejo em terrenos de Embu e Santo André

Nely Rossany, da Gazeta SP

Cerca de 500 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) saíram de Embu das Artes em direção ao Palácio do Governo, no bairro do Morumbi em São Paulo, ontem, para protestar contra a reintegração de posse em um terreno de Embu das Artes, na Grande São Paulo. O grupo também ocupa outra área em Santo André, na região do ABC.

Por volta das 9 da manhã, o grupo se concentrou na praça Nicola Vivilechio, no Centro de Taboão da Serra e seguiram pela avenida Professor Francisco Morato, interditando duas faixas da via e às 11 horas já estavam na sede do Governo paulista. Um outro grupo com cerca de 100 pessoas, que também caminhava em direção ao Palácio, chegou a ser barrado pela Força Tática da Polícia Militar, na Avenida Jorge João Saad, em frente ao Estádio do Morumbi. 

Foto: Thiago Neme

O Movimento quer que a CDHU construa moradias populares em terreno de Embu das Artes

De acordo com o MTST, a exigência é que o governo suspenda o despejo dos sem-teto de dois terrenos ocupados em março deste ano, em Santo André e em Embu das Artes. "Vamos exigir do governo solução habitacional para essas pessoas", disse Guilherme Boulos, o coordenador do MTST.

A Gazeta SP entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do Governo do Estado que até o fechamento desta edição não informou se o grupo foi atendido por alguma autoridade. A reportagem também tentou contato com Guilherme Boulos, líder do Movimento pelo celular, sem sucesso.

Novo Pinheirinho

Cerca de 800 famílias ocupam um terreno na rua Indianópolis, no Parque Pirajuçara em Embu das Artes.  Simultaneamente em Santo André, região do ABC, outro terreno foi ocupado por 400 famílias. O Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) reivindica a construção de moradias populares. As ocupações foram batizadas de “Novo Pinheirinho”, uma alusão a comunidade de São José dos Campos.

Em Embu das Artes, o Movimento está em negociação com a CDHU, que alegou que tem o interesse de construir 1200 moradias, priorizando as famílias que moram em Embu e região. De acordo com o site do MTST, “o CDHU já tem um projeto elaborado que ainda não pode ser efetivado devido a uma decisão judicial unilateral e equivocada do Judiciário paulista. Trata-se de uma liminar assinada pela juíza da 3ª Vara do Fórum de Embu das Artes, Dra. Denise Cavalcanti Martins que até hoje impede a construção de moradias na área”.