Reflexões sobre uma abolição inacabada discute a situação do negro no Brasil
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Taboão da Serra recebeu na noite dessa quarta-feira, dia 15, o evento Reflexões sobre uma abolição inacabada: 125 anos depois, promovido pelo Centro Cultural Sítio dos Palmares e o Movimento Negro de Taboão da Serra. O debate aconteceu no plenário da Câmara Municipal.
Durante o evento foram debatidos temas ligados à questão do negro. “O negro não esta no poder. O negro ainda sofre racismo”, disse Rose Menezes, coordenadora do evento. Os temas saúde, educação, religião e direitos humanos também foram abordados.
Foto: Rose Santana

Evento aconteceu na Câmara Municipal de Taboão da Serra
Participaram do encontro a deputada estadual Leci Brandão, Hélvio Alaeste Benício, presidente do Comnegro de Taboão da Serra, Cícero Almeida, Coordenador do SOS Racismo, da Assembleia Legislativa, além dos vereadores taboanenses Luiz Lune, Érica e professor Moreira, que conduziu os trabalhos.
A deputada Leci Brandão falou sobre a mulher negra no poder. “Isso é exceção, porque o negro não esta no poder ainda. A gente não tem que ser exceção em mais nada. Temos que ser a normalidade, é a luta que a gente esta fazendo. Mas devagarzinho nós vamos mudar esse quadro. Eles consideram a gente minoria porque não estamos no poder”, disse.
Leci Brandão fala sobre as dificuldades que encontra no legislativo. “Parece que nossos problemas hoje são coisa de ET. Fica todo mundo espantado quando a gente leva as demandas. Falam que a gente esta exagerando, que não é bem assim, que a questão é social e não racial”, conta.
O coordenador do SOS Racismo, Cícero Almeida, falou sobre a dívida que o país tem com a população negra. “Hoje a questão é a abolição, ver a questão política para os movimentos, fomentar os movimentos, interagir. O reparo que o Brasil deve na questão do negro é histórico e ainda não foi dado. Hoje a discussão das cotas é uma forma de reparo. Esse genocídio contra os negros no estado de São Paulo a gente tem que combater”, disse o coordenador.