Home

Presidente da Câmara de Embu fala sobre a cidade e o legislativo

7 min de leitura
Foto do autor

Redação

06/05/2012 00:00
• Siga o Portal O Taboanense no Instagram, no Youtube e no X e fique por dentro de tudo que acontece na nossa cidade

Por Nely Rossany, da Gazeta SP

Silvino Bonfim (PT) 41 anos, é presidente da Câmara de Embu das Artes desde 2009. Assumiu como vereador em 2001 e está no seu terceiro mandato. Nascido no interior da Bahia veio ainda criança para a cidade onde já vive há quase 40 anos. Gazeta SP entrevista Silvino que fala sobre os principais problemas da cidade, o papel do poder legislativo e aborda polêmica da aprovação do Plano Diretor de Embu das Artes.

Gazeta SP – Qual a sua avaliação como vereador, dos avanços da cidade nos últimos anos?
Silvino Bonfim – Em vários aspectos nós melhoramos e avançamos bastante. Desde 2001 a cidade vem enfrentando grandes desafios e, como desenvolver uma cidade com as limitações que nós temos. Primeiro a limitação de ter uma grande área de preservação por estar em área de manancial, e como fazer com que a cidade melhore sua arrecadação sem mexer no bolso do contribuinte. E conseguimos fazer um trabalho na cidade, onde aprovamos projetos importantes. Os nossos limites eram mais financeiros e eu sempre tenho comparado, não desmerecendo outras cidades, Embu e Taboão. Taboão arrecada praticamente o dobro do que Embu e você percebe que Embu hoje avançou muito. Não só na nossa avaliação, mas pelo o que as pessoas estão falando, até porque eu moro há 40 anos aqui nessa cidade e antigamente eu ouvia muitas pessoas que queriam sair da cidade, hoje isso mudou, tem até uma pesquisa que diz que 70% da população gosta e quer continuar morando na cidade. 

Foto: Eduardo Toledo

Professor Silvino, presidente da Câmara de Embu das Artes

GSP – Por que a aprovação do Plano Diretor criou tanta polêmica?
SB – Na verdade, coube à Câmara aprovar o Plano Diretor (PD). A Câmara e eu em particular participamos das audiências públicas, e percebemos a riqueza da participação popular, as pessoas realmente participaram, não foi um PD constituído apenas pela ótica do administrador público. Das pessoas mais simples, aquelas que pedem por emprego e transporte até pessoas falando da questão de clima e do meio ambiente. E o papel do poder público é buscar uma relação positiva nas discussões. É claro que o ideal seria ter um PD que os ambientalistas batessem palma, e que todo mundo batesse palma, mas infelizmente não dá para ser assim. E qualquer ação humana tem impacto ambiental. As pessoas hoje tem essa consciência. E a nossa preocupação nesse PD foi colocar em prática o que mais se fala hoje que é o Desenvolvimento Sustentável.

GSP – Como o senhor avalia o Corredor Empresarial?
SB – Eu sou vereador desde 2001 e lá trás ventilou essa possibilidade, porque na verdade esse corredor já existe, com outras características. E naquela ocasião tinha a proposta de um corredor não industrial, mas com serviços como hotel e voltado mais à área cultural e turística. E se passou quase 10 anos e nada disso aconteceu, simplesmente as pessoas se posicionaram contra, e aquele espaço continuou da mesma forma. Nós temos a necessidade de cuidar dessa cidade, olhando sempre para o desenvolvimento, não podemos deixar acontecer como outras cidades, como Carapicuíba que tem uma grande densidade demográfica e pouca oferta de trabalho. A implantação desse corredor eu não vejo como a visão de outras pessoas que vai destruir o meio ambiente, até porque muitas outras ações como, por exemplo, a construção de um condomínio acaba trazendo muito mais impacto que uma empresa. E há a possibilidade de você interferir através de leis para que haja medidas mitigadoras e compensatórias e a Câmara vai se posicionar desta forma para que o impacto não seja tão grande, e vamos ter o cuidado para que as empresas tenham responsabilidade sócio ambiental.

GSP – As Câmaras de Taboão e de Itapecerica foram recentemente envolvidas em escândalos de corrupção…Qual sua opinião?
SB – Primeiro quero lamentar esses episódios, não só esses, mas outros em todo país. Eu acredito que há a necessidade de resgatar o papel dos políticos, vereadores, deputados, prefeitos, governadores… Porque tem que ter essa sensibilidade de cuidar da cidade, cuidar da vida das pessoas e aqui teve esse posicionamento dos vereadores. Eu lembro que logo no início do meu mandato como presidente eu tive uma reunião com todos os vereadores e disse que não vou fazer nada que esteja acima da Lei, vou sempre fazer tudo que está à luz e a rigor da Lei e eles assumiram esse compromisso comigo de administrar de uma forma altiva e responsável e mais do que isso, que todos os projetos que viessem do Poder Executivo que teriam não uma aprovação unânime, mas uma posição política de forma unânime seja favorável ou contra o governo, desde que o projeto venha de encontro com os interesses da população, Tanto é que até agora os projetos foram aprovados por unanimidade mesmo tendo oposição aqui no Poder Legislativo.

GSP – Quais os próximos desafios para os próximos vereadores e prefeito da cidade?
SB – Eu acredito que temos que continuar batalhando para melhorar os recursos da nossa cidade, os investimentos. Quem é vereador tem que ter a consciência que para melhorar qualquer ação seja na saúde, na educação, precisa melhorar a arrecadação da cidade. É um grande desafio que temos aí pela frente e eu acredito que o outro é a destinação dos recursos e principalmente na Saúde. O outro grande desafio é melhorar o transporte público, porque a mobilidade urbana tem que ser colocada como uma prioridade. E eu acredito que na integração regional, a grande questão é da destinação dos resíduos sólidos e eu acho que isso precisa ser discutido de forma regional, entre prefeitos e vereadores, até mesmo através do Conisud. A questão é como resolver esse problema sem gastar muito, porque o custo é muito alto.

GSP – As eleições estão se aproximando, o senhor será candidato á reeleição?
SB – Sou pré candidato a reeleição, que será minha ultima eleição como vereador, porque acredito nas possibilidades de novas lideranças, estou há três mandatos como vereador. Claro que qualquer cargo público que você vai ocupar é preciso discutir com o partido e com as pessoas, esse é meu desejo pessoal.

 

Notícias relacionadas