Prefeitura de Juquitiba abre sindicância para apurar agressão a jornalista
Após a terceira agressão sofrida pelo repórter André Roberg,do Jornal Folha BR, a prefeitura de Juquitiba finalmente resolveu tomar medidas para apurar a atitude do funcionário Otávio Felipe Pires, apontado como o agressor do jornalista. A assessoria de imprensa informou que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos ocorridos no último dia 27.
Em nota oficial enviada ao jornal Gazeta SP, a Assessoria de Imprensa diz que a prefeitura ainda está analisando as medidas que serão tomadas. “A Prefeitura de Juquitiba repudia todo e qualquer ato de violência e discriminação ocorrido. Como o fato aconteceu fora do horário de expediente do funcionário, ainda estamos analisando que medidas tomar”, informou o assessor de comunicação Eduardo Silva.
Foto: Reprodução
O jornalista André Roberg foi espancado na última sexta-feira
O secretário jurídico do município, Paulo Bittencourt, afirmou ao jornal Folha BR que o funcionário Otávio Felipe, que trabalha como agente de trânsito, está em período probatório após aprovação em concurso público. “Para que ele seja funcionário público, ele não pode ter nenhum tipo de ação criminal, a reputação dele tem que ser ilibada. Se ele tem alguma ação criminal, nós vamos ouvi-lo, colher provas e tomar as providências”.
O advogado disse que irá comunicar a prefeita Cida Mashio das agressões sofridas pelo jornalista. “Assim que a prefeita retornar de uma vistoria no bairro dos Barnabés, nós vamos comunicar e notificar que vamos abrir a sindicância. A administração pública não pode ficar no meio disto”.
Relembre o caso
O jornalista André Roberg, proprietário do jornal Folha BR, que circula na região, foi agredido brutalmente na última sexta-feira, dia 27, enquanto fazia uma reportagem sobre a inauguração de uma casa noturna na cidade de Juquitiba. Segundo o jornalista, o agressor é Otávio Felipe Pires, funcionário da prefeitura. Essa é a terceira vez que ele é agredido durante a realização do seu trabalho.
Segundo o jornalista, as agressões começaram em dezembro do ano passado, quando Otávio foi citado em uma matéria do jornal e não teria gostado do conteúdo. “Se alguém não gosta do jornal, se não gosta de mim como jornalista, que procure os meios legais para questionar as matérias que o jornal dá”, disse André.
Segundo um relato gravado em vídeo e publicado no site do jornal, André disse que Otávio teria jogado o carro em sua direção, na tentativa de atropelá-lo. “Parei meu carro e quando fui atravessar a [avenida] JK, essa saveiro, conduzida por esse Otávio Felipe, que é um agente de trânsito aqui da cidade, ele lançou a saveiro contra mim, eu tive que desviar do carro para não ser atropelado e ao passar por mim, ele parou a Saveiro no meio da avenida”.
De acordo com o jornalista, em seguida o rapaz teria descido do carro e começado a agredi-lo. “Ele desceu do carro e me desferiu vários golpes. Vários socos no rosto, no olho, no nariz. Foi constatado um possível fratura no septo nasal. É a terceira agressão de dezembro pra cá, além das agressões, diversas ameaças. Eu até registrei um boletim de ocorrência na semana passada. Ele passa por mim e me ameaça constantemente”.
Após as agressões, André foi medicado no Pronto Socorro da cidade. Além de vários machucados no olho e no nariz, o jornalista também machucou a mão. No local da agressão, a reportagem do Folha BR registrou marcas de sangue no asfalto. “Agredir o jornalista é agredir a democracia, é agredir a liberdade de expressão e a impresa”.
André Roberg disse que irá procurar a Justiça do município para relatar a perseguição. “Vou registrar o terceiro boletim de ocorrência por agressão, mas desta vez eu vou procurar o ministério público porque eu preciso de garantias para trabalhar. É lamentável que esse jovem seja tão agressivo e não tenha o juízo de parar com essas agressões”, lamenta.
No domingo, dia 29, André Roberg postou um outro vídeo no site do jornal e comunicou que está se afastando das suas atividades profissionais até que a situação tenha um desfecho. “Temos que enfrentar esse tipo de intolerância, de ignorância, mas que não vai nos intimidar e nem nos impedir de dar andamento do nosso trabalho”.