Polícia Civil prende quadrilha interestadual de roubo a caixas eletrônicos
Uma quadrilha interestadual de roubo a caixas eletrônicos, que agia em várias cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro, foi desmantelada na manhã desta segunda-feira (25), quando se preparava para roubar um equipamento instalado em um posto de gasolina na rodovia Raposo Tavares. Seis pessoas foram presas na Capital paulista nessa ocorrência e outras três já haviam sido detidas no estado fluminense, há 40 dias. Um dos próximos alvos do bando seriam bancos de Taboão da Serra.
Policiais do Setor de Investigações Gerais (SIG) da 5ª Seccional Leste iniciaram a aproximadamente 50 dias o monitoramento de uma quadrilha especializada em roubos à caixas eletrônicos que, a princípio, agia apenas em São Paulo. Segundo Marco Antônio Bernardino, delegado titular do SIG da 5ª Seccional, “o acompanhamento contou com intercepções telefônicas, autorizadas pela Justiça, presença ocular em reuniões e até gravações de vídeo, feitas quando o grupo se reuniu em shopping da Capital paulista”.
Há exatos 40 dias, a equipe recebeu a informação de que três pessoas tinham sido presas na cidade de Pipeta, no Rio de Janeiro, e que uma estava foragida. “Soubemos que um homem ficou mais de cinco horas na mata para conseguir escapar do cerco policial e que o grupo era acusado de roubo a caixas eletrônicos”, conta Mauro Bernardino Santos, escrivão do centro de Inteligência Policial (CIP) do SIG da 5ª Seccional.
Tentativa de roubo
O alvo escolhido, um posto de gasolina na rodovia Raposo Tavares, tinha uma padaria, com funcionamento 24 horas, e oito salões que passavam por reformas e não estavam alugados, mas que abrigavam caixas eletrônicos. Na manhã desta segunda-feira, cinco homens chegaram ao local do crime em dois carros, um Peugeot 307 e um VW Pólo, e renderam dois dos três vigias.
O terceiro segurança, L.C.S., de 25 anos, era, de acordo com Santos, um dos integrantes da quadrilha e participava da ação fornecendo informações sobre as condições de segurança do local, que não contava com câmeras de vigilância e alarme e se limitavam à presença dos vigias.
No momento em que a polícia se revelou e abordou o quinteto, L. ainda ligou para um dos criminosos, para alertá-lo sobre a presença dos policiais. Aviso tardio, pois a equipe já tinha rendido o grupo e, minutos depois, ainda prendeu o vigia, a 200 metros do posto do gasolina.
Além de L., foram presos os motoboys D.S.M, de 29 e G.O.L.V., de 27, o taxista J.R.D., de 32, o comerciante R.S.S., de 32, e o corretor de imóveis E.C.S., de 39. D. foi um dos três homens presos na ação policial do Rio de Janeiro e estava em liberdade condicional.
Prisão do grupo resultou na apreensão de maçarico de R$ 20 mil
Além dos automóveis, foram apreendidos um maçarico, dois cilindros, um transformador de energia, um pé de cabra, lâmpadas, marretas, luvas, mascaras, óculos protetores, alicates de pressão, ponteiras, lixadeiras e duas lonas que seriam usadas na porta do salão para esconder a ação do grupo.
Segundo o escrivão, só o maçarico vale cerca de R$ 20 mil. Esse equipamento, durante o uso, não causa fumaça e nem faíscas, por se valer de um sistema de corte moderno chamado ‘plasma’. As máscaras e óculos apreendidos, portanto, serviriam apenas para proteger os olhos contra o gás pimenta, que muitos caixas eletrônicos já têm e é emitido quando o lacre é violado.
Após serem indiciados na 5ª Seccional – Leste, por tentativa de roubo e formação de quadrilha, que prevêem penas, somadas, de três a 11 anos de detenção, os homens serão encaminhados para o 31º Distrito Policial, onde serão fotografados e terão as impressões digitais colhidas. Depois, seguem para o Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, onde ficam à disposição da Justiça.