Piscinões da região precisam de limpeza e manutenção
A região sudoeste composta pelos municípios de Taboão, Embu, Itapecerica, Embu-Guaçu, São Lourenço e Juquitiba possui, ao todo, seis piscinões responsáveis pelo armazenamento de toda a água da chuva produzida na Bacia do Pirajuçara, principal gargalo das enchentes na capital. Com a proximidade do verão, as chuvas chegam e os “reservatórios”, que têm capacidade de receber até 580 mil metros cúbicos de água, precisam estar limpos e com manutenção em dia.
A reportagem da Gazeta SP visitou, nesta semana, os piscinões Pirajuçara, Leme, Portuguesinha, Parque Pinheiros e Intercap (Taboão) e Nova República (Embu), e encontrou diversos problemas como sujeira, vegetação, acúmulo de terra, ratos e insetos. A população convive com o problema há anos e a falta de manutenção ainda é um dilema. O governo do Estado responsabiliza as prefeituras que, por sua vez, o acusa de abandonar os reservatórios.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Piscinão Eliseu de Almeida, na entrada de Taboão: sujeira, ratos e mau cheiro
Das seis cidades da região, Taboão da Serra é a única que abriga mais de um piscinão. Por ser cortada pelo córrego Pirajuçara, o município tem cinco reservatórios, sendo de sua responsabilidade apenas o do Parque Pinheiros e da Portuguesinha. A prefeitura garante que a manutenção é frequente, porém no piscinão Portuguesinha, no Jardim Três Marias, o excesso de lixo rompe a passagem da água e serve de abrigo para a proliferação de animais. O mesmo ocorre no Parque Pinheiros, um dos bairros mais populosos da cidade.
Segundo apurou a Gazeta SP, a Unidade de Saúde do Parque Pinheiros, que funciona ao lado do piscinão, recebe diariamente pacientes diagnosticados com doenças transmitidas por insetos e ratos. Como é o caso da dona de casa, Osmani de Oliveira que, recentemente, estava com suspeita de leptospirose (doença transmitida pela urina do rato). “Esse piscinão é o grande problema do bairro”, sentenciou. Por cerca de 30 minutos que a reportagem esteve no local, foi possível avistar não só os roedores, mas uma grande quantidade de insetos.
Semelhante ao Parque Pinheiros está o reservatório do Intercap. O solo, que era para ser visto em concreto, está coberto de vegetação e até esgoto, sem canal coletor, é despejado. Maria Celestina, moradora do bairro há mais de 30 anos, conhece de perto o problema. “Aqui eles dizem que é um piscinão, mas na verdade é um pinicão. Fica essa aglomeração de lama, sujeira e ainda traz bicho para dentro de casa”.
De acordo com moradores do bairro, existe um projeto em tramitação na prefeitura para a construção de uma concha acústica em cima do reservatório. A Secretaria de Habitação rebate dizendo que os piscinões não podem ser cobertos. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a manutenção nos piscinões (Leme, Pirajuçara) é de responsabilidade do Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica (Daee). Até o fechamento desta edição, tanto o Daee quanto a Secretaria de Obras de Taboão não se manifestaram.