Pedestre é atropelado após usar passarela mal projetada

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Por Rose Santana, com colaboração deNely Rossany, da Gazeta SP

Uma antiga reivindicação dos pedestres que precisavam cruzar a rodovia Régis Bittencourt, na altura quilômetro 270, na frente aos prédios da Cooperativa Vida Nova, era a construção de uma passarela para diminuir os atropelamentos. Após a instalação, os problemas não cessaram, pelo contrário. Sem sinalização, o local tornou-se um trecho perigoso e em menos de 15 dias, já foram registrados dois atropelamentos.

A passarela foi construída em um local sem calçada, o pedestre precisa termina a travessia já na pista marginal onde passam carros e ônibus em alta velocidade. A prefeitura ainda não pintou nem mesmo uma faixa de pedestre no local. “A gente sai da passarela e cai na avenida e como é uma subida, o motorista não enxerga a gente”, reclama a doméstica Tereza Rugio.

Foto: Thiago Neme | Gazeta SP

Pedestres arriscam a vida em nova passarela implantada pela OHL

De acordo com a Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana (Semutrans), a passarela foi construída sem que o projeto fosse aprovado pela Prefeitura. “Recentemente Prefeitura se reuniu com representantes da Autopista OHL para discutir formas de trazer mais segurança aos pedestres que transitam pela região”, informou por nota.

No último sábado, um pedestre que havia cruzado a passarela foi atropelado por um carro. A vítima sofreu diversos traumatismos e estava internada no HGP até o fechamento desta matéria.

“Ao mesmo tempo em que estamos satisfeitos com a instalação da passarela, ficamos apreensivos com a situação da travessia no local, falta uma faixa de pedestres, sinalização [semáforo] ou um redutor de velocidade. O trecho esta muito perigoso, sempre presenciamos atropelamentos, há cerca de 15 dias tivemos um”, relatou Cristiano Fernando, morador do Jd. América.

Quanto a sinalização a Semutrans informou que já existe um radar. “A via já possui um radar eletrônico e o limite máximo de velocidade para circulação no local é de 50 km/h”, relatou a assessoria de imprensa. Acontece que o radar está a cerca de 300 metros depois da passarela, o que não melhora em nada a situação de perigo.

“Se há um radar ninguém respeita”, comentou a moradora Maria Rosa, pedestre que utiliza a passarela para chegar ao trabalho. Recentemente o consórcio responsável pela rodovia, a Autopista OHL, informou que até o final de maio todas as adequações necessárias estarão concluídas.

Em matéria publicada no Jornal Gazeta SP, outro problema é apontado. Muitos motoristas não sabem da nova travessia depedestres naquele local. “Tem que haver uma faixa e um semáforo como alerta, porque nem nós, nem os motoristas tem visão”, relata o técnico em manutenção, Aristóteles Yokimasa.

O secretário de Mobilidade Urbana e Transporte de Taboão da Serra, Zoroastro Junior, diz a passarela foi construída sem o projeto passar pela avaliação da Secretaria, mas que uma reunião com representantes da Autopista, responsável pela administração da via já foi realizada. “Representantes da Concessionária e da Semutrans discutiram a melhor forma de trazer segurança na travessia dos pedestres depois da passarela”.

Junior também aponta que os donos de empresa que ficam do outro lado da passarela (sentido da pista Curitiba) também reclamam. “Os empresários dizem que o final da passarela ficou muito próximo à entrada da fábrica e que os caminhões não conseguem acessar. Isso também foi apresentado à Concessionária que prometeu fazer mudanças”.

Segundo a concessionária, será realizada uma obra de adequação para a travessia dos pedestres com a construção de uma calçada. “A calçada terá cerca de 50 metros até o ponto mais seguro de travessia, na pista sentido São Paulo. As obras deverão começar dentro de 10 dias e deverão ser concluídas até o final deste mês de maio”, informou a Autopista.

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