Parque das Hortênsias terá que se adequar a exigências do Ministério Público
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Na última semana, o Parque das Hortênsias foi o assunto mais comentado na cidade. Em meio a discussão de pré-candidatos sobre a destinação dele nos próximos anos, o local, uma das poucas áreas de lazer de Taboão da Serra, agoniza em meio ao abandono. O Ministério Público entrou na história e obrigou a prefeitura a realizar diversas melhorias, principalmente para os animais.
Parque das Hortênsias passa por manutenção e recebe novo piso
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O Parque das Hortênsias é um dos locais mais queridos da população taboanense. O problema é que com o passar dos anos, todo o ambiente foi se desgastando, com brinquedos quebrados, grades precisando de reformas, jaulas abandonadas, o museu, inaugurado há pouco mais de cinco anos, fechado e a gritante falta de um sistema de vigilância e segurança. Há dois buracos nos muros que dão acesso para o parque e qualquer um entra e sai sem ser notado.
Foto: Divulgação
Parque das Hortênsias está ganhando novo piso e limpeza
Além de tudo isso, o Ministério Público de Taboão da Serra solicitou algumas alterações no habitat dos animais. Em setembro, a prefeitura informou que o local passaria por reformas como a troca de parte do piso, pintura e limpeza. Apesar do tom de comemoração dado pelo secretário de manutenção, Carlos Eduardo de Toledo, a iniciativa ainda é tímida em relação aos problemas que o local enfrenta.
Segundo a vice-prefeita, Professora Márcia, que também ocupa a Secretaria de Cultura e Turismo e é responsável pela manutenção do parque, as obras atuais são mais para a reforma e manutenção, tendo como itens previstos o calçamento de toda a entrada do parque, que já está quase reconstruído, pintura de brinquedos, reforma das grades dos felinos, procedimentos que provavelmente terá o término até o final do ano.
Porém outras obras importantes de infra-estrtutura, que também são urgentes, não deverão entrar nessa fase da reforma. Os banheiros estão com todas as portas sem tranca, o parque não possui um fraldário sequer e nem adaptação para deficientes. Até mesmo os reparos no muro não deverão ser feitos agora.
Quanto às adequações exigidas pelo Ministério Público, Márcia explica que quando o Parque foi criado, as exigências eram outras. “A lei mudou muito desde a criação do Parque, tem alguns afastamentos de animais, por exemplo, o jacaré, eles [Ministério Público] querem o afastamento de 1 metro e meio, se colocar essa medida para fora, fica sem lugar para passar, se for para dentro, tira a área do jacaré, nós explicamos essa situação. Eles querem, e é pertinente”.
Márcia também aponta outras mudanças como exigência do MP. “Um afastamento na área do leão [é necessário], pois dá para uma criança passar por baixo. As aves de rapina não têm sol, então estamos procurando ter recintos onde as aves de rapina tenham acesso [a luz solar]”.
Essas obras, solicitações do Ministério Público, têm previsão de terminar até o final de 2012, mas segundo Márcia, há empecilhos, como a dependência de verbas para a execução das mudanças e questões de logística, pois o parque foi criado baseado em uma legislação antiga, que mudou muito nos últimos anos. “Algumas coisas terão encaminhamento, outras já estão justificadas”.
Márcia também afirma ter disponível uma verba de R$ 600 mil do governo federal para o parque, porém não pode usá-la por problemas de adequação de escritura. “Nosso parque tem uma confusão, está em cima de quatro terrenos diferentes, então o prefeito da época [Armando de Andrade], falou assim: ‘esse será o meu parque’. Têm processos de desapropriação, as pessoas tiveram que entrar com processo de indenização. O Governo Federal exige escritura certinha, se uma coisa começa errada, depois para resolver… Tanto o parque, quanto o Cemur sofrem com essa questão da posse de terras”.
Foto: Eduardo Toledo
A vice-prefeita e secretária de cultura e turismo, Professora Márcia
Durante a reportagem, a equipe do “Portal O Taboanense” visitou o parque e havia um lagarto, com pouco mais de 50 cm, transitando livremente pelo parque e saindo à rua para passear, tudo pelo buraco no muro do parque, o que oferece risco a quem está dentro e quem está fora.
Conheça as atrações do Parque das Hortênsias
Com mais de 48 mil m² de área verde, um acervo de 300 animais e cerca de 20 funcionários, o parque, que também é zoológico, fica localizado entre dois bairros da cidade, o Pq. Assunção e o Jd. Monte Alegre,é equipado com lanchonete, playground para as crianças e banheiros. Em uma excursão da escola, passeio com a família ou brincadeiras com os amigos, o Parque das Hortênsias se tornou referência como um dos únicos pontos de lazer de Taboão da Serra.
Os tigres siberianos, Sacha e Zetti, parecem desfilar, com toda a elegância que só os felinos conseguem ter. O casal de leões, Zulu e Elga, vieram do Zoológico de São Paulo e são os protagonistas do local, todos vão passear por diversos motivos no parque, mas ninguém sai sem contemplá-los. As aves de rapina também mostram toda a beleza de típicas caçadoras da cadeia alimentar, diferentemente dos macacos, que fazem graça só para conseguir uma pipoca doce dos visitantes, além de por diversas vezes “fazerem xixi” nos transeuntes, só por diversão.
O parque foi inaugurado dia 14 de fevereiro de 1978, o então prefeito Armando Andrade, plantou mais de mil mudas de árvores e trouxe das Serras Gaúchas cinco mil mudas de hortênsias, que acabaram batizando o local. Em 1991, o parque foi registrado pelo Ibama como Zoológico de Taboão da Serra.
O Museu da Natureza, inaugurado em 2006, completa o passeio, com animais empalhados e o esqueleto do primeiro leão do zoológico, o Greg, que também é famoso na região.
Colaborou Eduardo Toledo