Parecer sobre abertura de comissão contra Evilásio pode parar na Justiça
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A comissão de Justiça e Redação da Câmara de Taboão da Serra se reuniu na tarde dessa terça-feira, dia 6, para analisar e votar o documento que pede a abertura de uma comissão processante, que pode vir a cassar o prefeito Evilásio Farias. A comissão deu parecer contrário ao documento.
Leia nota oficial enviada pelo vereador Alexandre Depieri
A construtora Etama realiza diversas obras na cidade e está sendo investigada pela Polícia Civil no caso da contratação de advogados que teriam trabalhado no caso dos envolvidos com as fraudes da Dívida Ativa. “Essa comissão esta sub judice. O senhor [Depieri], não pode julgar esse recurso, porque tem interesse pessoal nessa matéria”, declarou Félix.
Foto: Eduardo Toledo
O vereador Alexandre Depieri durante sessão da Câmara Municipal
Em nota enviada para a imprensa regional, o vereador Alexandre Depieri disse que “a suspeição apontada, a meu ver, não encontra amparo já que a empresa mencionada é citada na representação, porém, ela não é objeto de investigação, portanto não há interesse conflitante de quem quer que seja”.
Durante a sessão, Depieri se defendeu dizendo que não há ilegalidade alguma na doação. “Receber recursos e dar recibos, isso é mais do que legal, esta expresso na lei. Continuo com o mesmo posicionamento, que o vereador faça da forma que entender, que nós também vamos usar das prerrogativas para fazer a defesa. Não mudo [o voto]”, afirmou.
Félix afirmou que vai aguardar até sexta-feira, dia 9, uma posição da comissão, caso não tomem nenhuma atitude em relação a esse fato, na segunda-feira, dia 12, ele vai entrar com uma liminar pedindo a anulação do voto do vereador Depieri na comissão de Justiça e Redação.
“Vou entrar no Judiciário solicitando uma liminar para anular a participação do dr. Alexandre na comissão de Justiça. Vou solicitar que o presidente da Casa [Macário] nomeie um relator especial para dar um novo parecer”, concluiu Félix.
Durante a reunião é permitido o uso da tribuna por populares. A advogada Julia Collet falou e criticou a forma como os vereadores têm lidado com a questão da corrupção, particularmente o assunto cassação do prefeito.
“Estou entendo o seguinte, esta se usando da manobra legal frente ao regimento da Câmara. Já foi determinado que o regimento deve ser seguido, se não houve prevaricação dessa Câmara inteira. O que precisamos é de uma posição política. Não existe CEI [comissão especial de inquérito] para apurar o que o prefeito fez. A CEI existe para investigar o dinheiro desviado. Não temos, como cidadãos comuns, como investigar o ocorrido, a Câmara Municipal tem. Mas a Câmara não quer fazer. Dizer que não tem provas é jogar a sujeira para debaixo do tapete. Peço que essa Câmara cumpra o seu papel”, declarou a advogada.
Eckstein se pronunciou, dizendo que respeita a opinião da advogada, mas não concorda. “Respeito, mas não necessariamente concordo com ela [Júlia Collet]”, informou.
Quanto ao fato do vereador ter recebido dinheiro da empreita, Eckstein afirmou que não há ilegalidade alguma. “O doutor [Alexandre] ainda teve a lisura de receber e declarar. Não é ilegal, poucos declaram”, finalizou o relator da comissão.
Apenas dois integrantes estavam presentes, os vereadores Alexandre Depieri (presidente) e Wagner Eckstein (relator). O vereador Olívio Nóbrega (membro), não compareceu por motivo de saúde.