Paixão de Cristo emociona fiéis na sua 54ª edição
Veja galeria de imagens da encenação da Paixão de Cristo
A chuva que caiu tímida no começo do espetáculo não afastou o grande público que lotou o estacionamento do Parque das Hortênsias, onde um palco de 45 metros foi montado. Algumas inovações puderam ser vistas pelos fiéis que acompanharam atentos e emocionados. Além de um novo texto com diálogos mais rápidos, projeções de imagens atuais foram exibidas entre as cenas do espetáculo.
Assim como no ano passado, a direção da montagem explorou passagens mais emotivas da vida de Jesus Cristo, como a lavagem de seu corpo após a crucificação e o diálogo entre os soldados romanos que presenciaram os milagres de Cristo após a sua morte. “Quisemos inovar neste ano, é difícil trazer essa parte dos dias de hoje com o passado, mas através das imagens projetadas tenho certeza que conseguimos isso”, afirmou Najara Costa, uma das responsáveis pela encenação.
Foto: Eduardo Toledo
Alexandre Miano no papel de Jesus Cristo durante calvário
A encenação da Paixão de Cristo começou com uma procissão pelas ruas do centro da cidade. Mais de 1400 pessoas percorreram as principais vias do bairro e foram em cortejo até o Parque das Hortênsias, onde a banda do Santuário Santa Terezinha esperava. O Monsenhor Aguinaldo conduziu o louvor que precedeu o espetáculo. Estiveram presentes os vereadores Arnaldinho e Alexandre Depieri, a vice-prefeita Professora Márcia e a secretária da Assistência Social e Cidadania, Arlete Silva. Maruzan Corado, ex-secretário de finanças, também compareceu.
A primeira parte da encenação se desenrola principalmente na prisão e julgamento de Jesus, até sua condenação por Pilatos. Em seguida começa o calvário de Cristo. Os atores e o público presente saem do Parque das Hortênsias em caminhada até o Morro do Cristo. Durante a caminhada, os fiéis cantam canções de louvor e pequenas cenas como o encontro com Maria, sua Mãe, são encenados no meio da rua. Mesmo sem nenhum cenário, as cenas emocionam o público que acompanha segurando velas.
A direção da Paixão de Cristo detalhou mais as cenas onde Jesus Cristo é crucificado. Novas passagens foram exploradas e a história ganhou contornos dramáticos e emocionantes como quando Jesus é retirado da cruz pelos soldados romanos. “É muito emocionante, ver tudo isso de perto é um privilégio pra gente nunca esquecer tudo o que Jesus passou por nós”, disse a moradora Amélia de Souza e Silva.
Foto: Eduardo Toledo
Público lotou as ruas do centro durante a encenação da Paixão de Cristo
Além da crucificação, outras cenas acontecem paralelamente. Quando Judas, rodeado por duas personagens que interpretam satanás, sobe em uma árvore e se enforca, a reação do público é sufocante: um silêncio absoluto, apesar dos 15 mil presentes. A angústia dura mais de três segundos, até que um soldado romano grita no começo de uma nova cena.
Outra cena nova implantada nesta edição mostra Jesus na cruz. Com sede, ele pede água. Um dos soldados oferece uma esponja, mas Cristo não consegue beber. Um dos guardas romano havia jogado vinagre e fel dentro da água. Depois de morto, Jesus ainda tem o peito açoitado. Com uma espada, um dos soldados fura o corpo já inerte e o sangue que sai de Cristo acaba por fazer mais um milagre: devolvendo a visão para o covarde que o tinha acabado de ferir.
Em momentos como esses, a comoção do público é muito grande. Pessoas choram, louvam e buscam força em momentos onde a fé é testada a cada minuto. Após a lavagem do corpo de Jesus o momento mais esperado da noite chega. Do alto do morro, Jesus Cristo ressuscita em uma das mais belas imagens do espetáculo.
Uma grande queima de fogos e uma chuva de papel picado encerram a encenação, que mais uma vez levou milhares de pessoas as ruas de Taboão da Serra e mostrou a tradição desse espetáculo que é mais antigo do que a própria cidade.
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