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Pacientes com hemofilia estão sem estoque estratégico de fatores de coagulação

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Redação

12/01/2016 00:00
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Desde o início de 2015, as mais de 10 mil pessoas com hemofilia no Brasil estão com recebimento racionado do fator de coagulação que previne possíveis sequelas, já que estas pessoas não têm a produção natural desses fatores pelo organismo. A Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) entende que a situação é preocupante, visto que o tratamento preventivo e o estoque estratégico dos hemocentros são garantias de uma vida plena e sem sangramentos que possam impedir os pacientes a terem uma vida plena.

“O recebimento desses fatores de coagulação é um direito de todas as pessoas que têm hemofilia no Brasil, pois inibe os sangramentos e as dores provocadas pelos mesmos, além de evitar sequelas a partir de hemorragias intra-auriculares ou intra musculares. Crianças não podem brincar ou frequentar aulas de educação física sem o tratamento preventivo, assim como os adultos não podem exercer esportes ou outras atividades físicas que auxiliam no fortalecimento muscular. O medicamento é adquirido pelo governo federal e repassado aos estados, mas há 1 ano esta distribuição tem sido feita em quantidades menores que a necessária em vários estados do país”, afirma Mariana Battazza, presidente da FBH.

Os medicamentos pró-coagulantes são utilizados tanto para prevenir os sangramentos espontâneos que esses pacientes apresentam quanto para estancar os sangramentos ocorridos por traumas e acidentes, além de serem utilizados em processos cirúrgicos. As pessoas com hemofilia precisam realizar o tratamento preventivo, ou seja, a infusão de fator de coagulação regular e programada antes da ocorrência de eventuais sangramentos, para que as sequelas não as levem à deficiência física ou invalidez.

Os tratamentos disponibilizados pelo SUS são classificados por:

Imunotolerância, implantada em 2011 para eliminação do inibidor para pessoas com rejeição aos medicamentos convencionais, a imunotolerância auxilia a volta ao tratamento preventivo, o que diminui o risco de desenvolver sequelas.

Profilaxia primária, também inserida em 2011, previne a ocorrência de sangramentos, preservando os músculos e articulações das deformidades físicas e demais complicações em pacientes crianças com até três anos de idade.

Profilaxia secundária tem o mesmo propósito da primeira, porém para as pessoas portadores acima de quatro anos, sem limite de idade, disponível desde 2012. Todas as formas de tratamento proporcionam qualidade de vida e redução de custos ao governo.

Terapia domiciliar:

Nos países com terapia domiciliar disponível, estudos mostram redução de 400% no número de visitas aos Centros de Tratamento Hemocentros, diminuindo a carga de serviços de saúde pública, segundo a Federação Mundial de Hemofilia. “O acesso imediato aos fatores de coagulação para uso domiciliar aumenta a qualidade de vida dos pacientes e a longevidade. Outro destaque é a diminuição do número de episódios hemorrágicos, o que evita dores e sequelas características da hemofilia sem tratamento adequado”, complementa Mariana.

Quando o tratamento domiciliar é feito corretamente, os resultados são: 73% menos dias perdidos de trabalho ou escola; 74% menos pacientes adultos desempregados; 89% de redução na entrada em hospitais; 83% menos dias gastos em hospitais; redução geral de 74% dos custos do tratamento por pacientes/ano. 

O que é a hemofilia?

A hemofilia é uma disfunção crônica, genética e não contagiosa, sendo que 1/3 dos casos ocorre por mutação genética e 2/3 por hereditariedade. Existem dois tipos, que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A, que representa 80% dos casos, ocorre devido à deficiência do fator VIII (FVIII). Já a hemofilia B ocorre pela deficiência do fator IX (FIX).

 

 

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