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“A oposição é pouco inteligente”, afirma Aprígio

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Redação

10/02/2014 00:00
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Em meio às polêmicas manifestações realizadas pela oposição nas últimas semanas, o empresário Aprígio, um dos nomes mais fortes da política taboanense, criticou a intenção dos manifestantes e disse que a oposição “é pouco inteligente”. Adversário do prefeito Fernando Fernandes nas últimas eleições, Aprígio disse que não faz “oposição só por fazer” e que não é adepto do “quanto pior melhor”.

Em entrevista exclusiva ao Portal O Taboanense, Aprígio revelou que nunca participou do movimento de oposição a Fernandes e que acha prematuro cobrar alguma coisa do prefeito em pouco mais de um ano de mandato. Aprígio ainda criticou os “politiqueiros de plantão” e disse que será candidato a deputado federal pelo PSB.

Aprígio, durante entrevista ao Portal O Taboanense, na última sexta-feira | Eduardo Toledo

A seguir, a entrevista:

O Taboanense – Aprígio, você como você vê esses protestos que estão sendo feitos pelo movimento Reaja Taboão? Você tem participado da oposição?
Aprígio – Não tenho problema com o Fernando Fernandes. Estão falando muita coisa, mas não tenho nada contra ele. Temos fofoqueiros de plantão que ficam plantando as coisas. Uns para ganhar, outros para vender. Me sinto prejudicado por esse tipo de gente.  Mas você acha que eu tenho interesse em fazer uma oposição pouco inteligente do jeito que estão fazendo? Eu não tenho e não concordo. Não vou dizer que é uma oposição burra porque vai ofender quem está fazendo. Mas ela é pouco inteligente, sim. Não é hora de fazer oposição. O prefeito não tem coisas pesadas contra ele para fazer oposição do jeito que estão fazendo.

Então porque esse movimento vem ganhando adeptos, inclusive nome de peso da política taboanense?
Tem gente querendo fazer oposição para se beneficiar. E esse alguém eu tenho certeza que não sou eu. Não é que eles não merecem, mas não tenho interesse em bancar ou incentivar uma oposição dessa para dizer: ‘prefeito, você tem que dar uma secretaria para o Paulo Félix, você tem que dar uma secretaria para o Elói e você também tem que dar uma para o Maurício [André]’. Eu imagino que tem alguém que deve procurar o prefeito, e não demora muito, dizendo ‘dá as secretarias pros caras’. Aí o prefeito vai descobrir quem estava fazendo oposição.

O Sr. tem conversado com políticos da oposição?
Eu não vou dizer que não converso com o Paulo Félix, com o Maurício. Se eles me procurarem para conversar, tudo bem.

Mas o Sr. não concorda com as reivindicações da oposição?
O que você vê nos jornais que eles [oposição] fazem que pode preocupar a cabeça do Fernando, fazendo ele perder uma noite de sono? Tem alguma coisa pra ele se preocupar? Não tem. Então se não tem, não precisa fazer oposição. O eleitor não é burro pra chegar e ver… o eleitor também analisa, o eleitor sabe quando o governo está bom ou está ruim. Não basta apenas meia dúzia de pessoas querer denegrir o governo. O pessoal percebe que é oposição, que é dor de cotovelo ou está despeitado. É isso que vão falar. Acho desnecessário esse tipo de coisa.

O Sr. não concorda com a forma com que a oposição está trabalhando o movimento?
Uma coisa que vi lá. Vão fechar o Pronto Socorro Infantil? Como ele sabem? Está lá, está funcionando. Ele não fechou. Então é só para denegrir. Outra coisa é o Akira, está fechado para reforma. Enquanto tem lugar para atender, é claro que ele pode reformar. E se daqui a dois, três meses ele reabre e está um espetáculo? Não cala a boca de todo mundo? Que oposição é essa, só tá falando bobagem.

O Sr. tem ajudado o governo do prefeito Fernando Fernandes?
Não, não tenho ajudado. A própria [vereadora] Dona Luzia [esposa de Aprígio] conseguiu com o nosso deputado [Márcio França], do nosso partido, verbas para a cidade. Teve gente que falou: ‘não trás verba não, Aprígio’. Mas eu não estou preocupado com isso, quero a cidade boa, a cidade melhor, o esporte bom, o lazer bom. Vai vir R$ 900 mil para o esporte, pode não parecer nada agora, mas é uma grana. Me falaram que quem ia administrar esse dinheiro era o filho do Fernando [Fábio Fernandes, secretário de Esportes]. Mas e daí? Eu não sou aqueles que querem acham que quanto pior, melhor. Eu quero o bem da cidade.

Mas o Sr. se coloca como oposição?
Eu falei pro próprio Fernando, ‘vou fazer uma oposição como você fez com o Evilásio’. Ele [Evilásio] fazia coisa errada e você ficava na sua? Eu vou fazer isso, se ele fizer algo errado, vai se matar. Se ele [Fernando Fernandes] fizer algo grave, é lógico que eu vou me manifestar, mas até agora não vi nada. Eu não fico procurando defeito nos outros. Não quero e não tenho tempo pra isso. Enquanto eu saio procurando o defeito de alguém, alguma coisa deixa de ser feita, alguma pessoa deixa de ser atendida. Não tenho tempo pra isso. É lógico, se pisarem no meu pé, eu tenho que tirar o pé debaixo e chutar a canela.

Como o Sr. avalia o primeiro ano de governo do prefeito Fernando Fernandes?
Eu sempre disse, e digo para esses caras que querem fazer posição em hora errada, ninguém chega numa prefeitura no primeiro ano chega colocando a casa em ordem. Todo prefeito quando ele chega, tem o recurso da cidade, a arrecadação para gastar, mas tem tanta coisa pra fazer que não dá pra julgar no primeiro ano. Em qualquer administração você só vai ver no segundo ano, ou com um ano e meio. É como na nossa casa, você muda e passa dois, três anos para conseguir colocar tudo do jeito que você quer. Por isso que eu digo, é pouca inteligência que você queira que em um ano seja o melhor prefeito da história da cidade. Podemos cobrar ele a partir do terceiro ano, se não fez, aí então tem alguma coisa errada.

Se o Sr tivesse sido eleito no lugar do Fernando Fernandes, instalaria o Poupatempo na praça Luiz Gonzaga?
Eu sou a favor do Poupatempo, mas eu tentava preservar a área de lazer, porque é uma cidade tão carente. O único lugar que tem, era lá… eu, procurava outro lugar.

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