Vice-presidente da Libes rebate críticas e condena atitude de carnavalesco rebaixado
Na última semana, o carnaval de Taboão da Serra conheceu a escola campeã do carnaval taboanense, na apuração que ocorreu no ginásio municipal Ayrton Senna. A decisão gerou protesto por parte dos integrantes da escola Mocidade Independente do Parque Pinheiros, rebaixada par ao grupo de acesso.
Foto: Alexandre Oliveira
O vice-presidente da Libes, Messias, questiona declarações da escola do Pq. Pinheiros
Em entrevista exclusiva ao Portal O Taboanense, Carlão levantou dúvidas sobre a forma com que a Libes é constituída e também pela apuração das notas dadas pelos jurados. Furioso com o rebaixamento, o presidente da Mocidade Independente, questionou fatos sobre o desfile apresentado pela escola campeã, a Unidos do Morro.
Diante das críticas, a reportagem do Portal O Taboanense foi escutar o outro lado dessa história. Segundo Messias, a ira do presidente Carlão não tem sentido, já que “todos estavam ciente dos procedimentos adotados pela Liga”.
Como lembra o vice-presidente da Libes, a escolha dos jurados deste ano foi exercida sob votação pela Assembléia deliberativa da liga, composta pelos presidentes das escolas de samba. “Se os presidentes das escolas chegarem à assembléia e pedirem os mesmos jurados a Liga não poderá intervir, porque quem escolhe são eles”, diz.
Em questão ao fato apresentado pelo sambista Carlão, correspondente a legibilidade da Liga, Messias aponta que a entidade é fundamentada no estatuto que regulamenta o carnaval em Taboão da Serra.
Para Messias não é intenção da liga estar distante dos problemas apresentados pelas escolas. “Se a Libes for muito ferrenha não iríamos ter carnaval. Estamos em um momento de formação, não dá para deixar de ouvir essas pessoas”, coloca.
Uma das acusações mais veementes no discurso de Carlão está no fato do presidente da Libes ser também presidente da escola vencedora do carnaval 2010 na cidade. Messias defende e aponta que não há empecilhos ou desconformidade nesta questão. O regimento determina que a Libes seja composta por integrantes das escolas, ou proveniente das mesmas. “A diretoria da Liga é composta por pessoas indicadas pelos presidentes das escolas”, comenta.
Segundo Messias, José Roberto, presidente da Liga e também presidente da Unidos do Morro, não “influi” nas decisões tomadas pela assembléia, que abrange todos os presidentes das escolas de samba do município. “O presidente da Liga só vota se houver empate em alguma decisão”, comenta.
Messias se demonstra triste e ressalva que a Libes vem adquirindo maior maturidade e profissionalismo em questões múltiplas. Ele indica que antes de sua chegada à liga e as escolas estavam “largadas” e sem estrutura para crescer e fortalecer o carnaval na cidade. “Quando eu cheguei em 2006, a Libes não tinha alvará de funcionamento, CNPJ, não havia conta bancária, apenas existia o registro em cartório. As escolas apresentavam o mesmo problema”, conta.
Em sua opinião os integrantes da Liga que também exercem atividades em suas comunidades deveriam repensar e, como ele, decidir a quem prestariam esforços. “Eu sou o único diretor de escola de samba que quando vim para a liga entreguei meu cargo na agremiação. Eu não consigo dirigir dois carros ao mesmo tempo. Isso é uma questão ética minha”, revela.
O vice-presidente da Libes aponta as dificuldades encontradas na produção e execução do carnaval na cidade. Como informou, a prefeitura repassa o valor de R$ 120 mil, sendo R$ 80 mil destinados as escolas e R$ 40 mil destinados a liga, responsável pela composição da estrutura total da avenida incluindo transporte das agremiações, contratação de pessoal, iluminação, comissão dos jurados e segurança no local.
Para ele a falta de quadras às escolas de samba acarreta em desperdício e gasto desnecessário de investimentos. “A gente usa a rua. A prefeitura alega que não há espaços disponíveis. Falta contra-partida. Observem quantas carcaças de carros estão espalhados, não temos onde guardá-los”, coloca.
Messias indica que sempre buscou a moralização da liga. Para ele, a questão sobre os dirigentes das escolas que exercerem cargos na diretoria deve ser revisto. “A minha batalha dentro da Libes é pra isso. É preciso que a liga seja Independente. Você acha que um presidente, ou dirigente estará preocupado com as atribuições da Liga só na época do carnaval?”, questiona.