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Unifesp inicia projeto de pesquisa com crianças de Embu das Artes

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Redação

19/04/2011 00:00
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A parceria entre a Universidade Federal de São Paulo e as Secretarias Municipais da Saúde e da Educação de Embu das Artes tem rendido bons frutos. A Disciplina de Pediatria Geral e Comunitária, do Departamento de Pediatria da Unifesp, iniciou com a ajuda do município de Embu, uma pesquisa com as crianças nascidas com baixo peso (abaixo de 2.500 gramas). 

O estudo avaliará crianças nascidas entre 2001 e 2005 para conhecer suas condições de saúde, nutrição e desenvolvimento, com a finalidade de descobrir como elas têm sido atendidas pelos serviços municipais de saúde. Esse projeto conta com o financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo).A equipe de pesquisadores espera contribuir para melhorar as condições de saúde e o atendimento desse grupo. Outro aspecto importante do trabalho é a detecção e intervenção precoce das alterações do crescimento e desenvolvimento, que constituem importantes fatores prognósticos para a qualidade de vida dessas crianças. 

Uma das responsáveis pelo andamento do projeto do Departamento de Pediatria da Unifesp, a médica Glaura Pedroso, explica que crianças nascidas com menos de 2.500 gramas podem ter risco maior de adquirir doenças cardíacas, sofrer de obesidade, ter problemas cardiovasculares e diabetes no decorrer da vida. “Estudos internacionais que acompanharam populações de crianças sugerem esses riscos. Constatada qualquer alteração nos testes realizados, a criança será encaminhada para o serviço de saúde mais próximo de sua residência. Se a criança tiver problemas de linguagem, seguirá para a fonoaudiologia e, no caso de problemas com crescimento, será encaminhada para a pediatria e assim por diante”, esclareceu a Dra. Glaura.
 
A primeira etapa está prevista para ser realizada ainda neste semestre, com o encaminhamento do convite de participação para 1017 alunos, entre 6 e 10 anos de idade, que nasceram com menos de 2.500 gramas. Atualmente, eles estão matriculados em 35 escolas municipais de Embu das Artes. Para a localização dessas crianças, foi assinado um convênio de cooperação técnica com a Fundação Seade, além da utilização do banco de dados da Secretaria Municipal de Educação de Embu.
 
Nesta primeira etapa, serão realizadas entrevistas com os pais, seguidas de avaliação de peso e altura, pressão arterial e exames de sangue. A participação será voluntária e a recusa em participar de uma etapa não impede que a criança esteja nas futuras. Para a segunda etapa, estão programadas avaliações de audição, linguagem e desenvolvimento visual e escolar, a serem realizadas com uma amostra de 300 crianças, nas próprias escolas, além de comparação dessas avaliações com um grupo de peso adequado ao nascer. Nesta segunda etapa, haverá participação de pesquisadores dos Departamentos de Fonoaudiologia e Oftalmologia da Unifesp.
 
O projeto foi apresentado aos diretores das escolas e das unidades municipais de saúde, em fevereiro e março deste ano, e conta com a colaboração de sete Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Embu, que receberão as crianças e a equipe do projeto para as avaliações.  Elas serão encaminhadas para as seguintes UBSs: Santo Eduardo, Santa Emília, São Marcos, Sta Teresa, Centro, Pinheirinho e Vista Alegre. Os convites de adesão ao projeto vão ser encaminhados às escolas com o objetivo de recrutar os pais para comparecerem às unidades com seus filhos. A primeira UBS que recebeu a visita das crianças foi Santo Eduardo, no último dia 5 de abril. As demais seguirão o cronograma de atendimento definido em conjunto pelos pesquisadores e UBSs envolvidas.   
 
Estudo com crianças
 
No Brasil, a porcentagem de Baixo Peso ao Nascer (BPN), em 2007, foi de 8,1%, no estado de São Paulo – 9,1%, na região metropolitana de São Paulo – 8,9% e na cidade de São Paulo – 9,3%. Esse indicador, hoje, é composto por um grupo heterogêneo de recém-nascidos, não se associando linearmente com a renda ou com o acesso e qualidade dos serviços de saúde. Por isso, é importante estudar as características dessas crianças, sua evolução e seu atendimento nos serviços públicos.
 
O projeto é composto de vários estudos: um estudo transversal; um estudo de corte retrospectivo, já que serão estudadas crianças nascidas com baixo peso entre 2001 e 2005, avaliando retrospectivamente sua evolução e uso dos serviços de saúde; e um estudo tipo caso-controle, que comporá a segunda etapa do projeto.
 
Sobre o Programa de Integração Docente-Assistencial – PIDA EMBU  
 
O PIDA-Embu (Programa de Integração Docente-Assistencial do Embu) é desenvolvido pela Unifesp desde 1969 e articula a formação de estudantes e especializandos da área de saúde à assistência e pesquisa em um Sistema Local de Saúde. O principal objetivo do Programa é promover a atuação da Universidade de forma articulada ao poder local e à comunidade, na gestão, na execução e na avaliação de ações de saúde, segundo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS): a universalidade na atenção, a equidade, a integralidade, a regionalização dos serviços de saúde e o controle social. O programa também tem como objetivo a capacitação do estudante da área de saúde para o desenvolvimento de atividades assistenciais nos diferentes níveis de atenção do SUS e para atuação em equipe multiprofissional e interdisciplinar; além de desenvolver programas de educação permanente para os profissionais da área de saúde e pesquisas junto aos serviços que possam reverter em novas práticas de ensino e assistência.
Atualmente, o PIDA-Embu conta com a participação de vários departamentos: Pediatria, Psiquiatria, Obstetrícia, Enfermagem, Fonoaudiologia e Oftalmologia (curso de Tecnologia
Oftálmica).

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