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Taboão terá ONG gay para lutar contra a homofobia

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Redação

21/07/2009 00:00
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Taboão da Serra recebeu nos últimos dias 17 e 18 de julho a caravana do Fórum Paulista LGBT – organização que reúne mais de vinte grupos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais de todo o Estado de São Paulo.  Ativistas do Fórum e da cidade se reuniram na sexta, 17, com representantes do governo municipal para discutir políticas públicas para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.

E, no sábado, 18, aconteceu um curso de formação e organização para os militantes locais. Como resultado, ficou decidido a criação de uma ONG (organização não-governamental) com o objetivo de combater a homofobia e garantir o reconhecimento dos direitos da população LGBT de Taboão da Serra.

Foto: Divulgação

Reunião na prefeitura com representantes das secretarias e vereadores da cidade

Estiveram presentes na reunião do movimento LGBT com as autoridades municipais os vereadores Wagner Eckstein, Arnaldo da Imobiliária, Cido da Ya Farma, assessores do vereador Macário, o Secretário de Governo Ronaldo Dias, o Secretário de Saúde José Alberto, o coordenador do programa municipal de DST/AIDS, Ricardo Aparecido de Moraes, e  representante da Secretaria de Assistência Social.

Os militantes anunciaram as articulações para a criação de um grupo de defesa dos direitos LGBT em Taboão da Serra e expuseram a necessidade do governo municipal executar um plano municipal de combate a homofobia. “A população LGBT não tem seus direitos reconhecidos e é vítima de todo tipo de discriminação, inclusive agressões físicas e assassinatos. O Poder público não pode assistir isso de forma inerte”, afirmou Julian Rodrigues,   membro do Fórum Paulista LGBT.

O Secretário de Governo, Ronaldo Dias, afirmou que Taboão da Serra é uma cidade que respeita a diversidade, e que o governo municipal não irá poupar esforços para que os munícipes LGBTs tenham orgulho de sua cidade.

“Nos últimos anos, o governo municipal vem executando políticas afirmativas para minorias como: mulheres, jovens, negros e deficientes. Estamos aqui hoje para dizer que em Taboão da Serra também existem homossexuais que são vítimas da homofobia, que sofrem agressões nas ruas, são motivo de chacota nas salas de aula, são intimidados pelos agentes de segurança e desdenhados nos serviços de saúde. O preconceito está espalhado por todos os lados, e o Poder Público pode combatê-lo desenvolvendo políticas especificas que promovam o respeito à diversidade sexual” ressalta Wanderley Bressan, militante de Taboão da Serra.

Os vereadores presentes se posicionaram positivamente às reivindicações dos militantes, e assumiram o compromisso de aprovar leis que punam a homofobia e garantam a cidadania LGBT. Hoje existe um projeto de lei protocolado na Câmara Municipal, de autoria do vereador Wagner Eckstein, que cria o dia municipal de combate à homofobia. “Vamos conversar com os pares para garantir a aprovação de todas as leis que contribuam para o fim da discriminação aos gays”, afirmou o vereador Arnaldo da Imobiliária.

O vereador Wagner, sugeriu ainda, que as secretarias que compõem o governo municipal, ao desenvolver alguma atividade de formação e capacitação de seus servidores, convidem o Fórum Paulista LGBT para contribuír na formação do funcionalismo público, garantindo que gays, lésbicas, travestis e transexuais não sejam discriminados nos equipamentos públicos de Taboão da Serra.

O Secretário de Saúde, Dr. José Alberto, e o coordenador do Programa Municipal de DST/AIDS, Ricardo, expuseram as ações de saúde desenvolvidas para os LGBTs, e anunciaram a instalação de um Centro de Referência de DST/AIDS em Taboão da Serra, o 1° do Estado de São Paulo.

Oficinas e Debates

Palestras, oficinas e debates marcaram a continuação da Caravana, no sábado. Cerca de 20 jovens gays de Taboão da Serra e outras pessoas interessadas, ativistas do movimento negro, se reuniram na EMEF Ugo Arduini, onde participaram de um curso de capacitação para a formação de uma associação em Taboão da Serra.

A professora doutora Regina Fachinni, da Unicamp, abriu os trabalhos com uma discussão sobre sexo, gênero, orientação sexual, identidade de gênero e heteronormatividade. Na seqüência, o educador Lula Ramires, do grupo Corsa,  falou de homofobia e vulnerabilidades. Julian Rodrigues expôs um breve histórico do movimento LGBT internacional e brasileiro.

As atividades foram encerradas com uma oficina, na qual foram discutidas as ações imediatas e o processo de formação do grupo local.  Segundo Jhony Wellson, um dos militantes que ajudou a impulsionar as atividades, “o curso foi muito produtivo, tudo foi muito legal, a hora agora é de avançar, arregaçar as mangas e lutar pelos nossos direitos”.

Os militantes deverão formalizar a nova entidade no próximo dia 8 de agosto, aprovando o estatuto e elegendo uma diretoria.

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