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Taboão tem menos adolescente assassinado; Embu deixa liderança de ranking na região

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Redação

15/12/2010 00:00
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Por Adílson Oliveira, Jornal Atos

Taboão da Serra registrou nova redução e ainda maior em índice de assassinato de adolescentes. Embu teve queda expressiva e não mais lidera ranking entre os (três) municípios da região pesquisados – figura em segundo. Itapecerica da Serra se tornou a cidade com mais pessoas de 12 a 18 anos vítimas de homicídios com taxa acima de 2. As conclusões decorrem da análise do Índice de Homicídios na Adolescência com base em indicativos de 266 municípios no país com mais de 100 mil habitantes em 2007.

O IHA aponta a incidência dos homicídios entre a população juvenil em determinado ano e estima quantos adolescentes de 12 anos, em grupo de mil, serão assassinados antes de completar 19 anos se as condições sociais em que estão inseridos não forem alteradas. O estudo foi elaborado pelo Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e divulgado na quarta-feira, dia 8, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a organização não governamental Observatório de Favelas.

Foto: W. Raeder

Índices em Taboão da Serra diminuiram mais um ano consecutivo

O IHA de Taboão da Serra em 2007 ficou em 1,07 – um adolescente a cada grupo de mil jovens de 12 a 18 anos foi assassinado naquele ano no município. O índice era de 2,08 em 2006 e 2,18 em 2005. Embu tem IHA de 1,60, depois de ter registrado aumento para 2,82 em 2006, enquanto em 2005 foi de 2,13.

Embora os dois municípios tenham reduzido o índice para menos de 2 assassinados, em se tratando de violência letal contra garotos de 12 a 18 anos "qualquer valor superior a um indica um risco inaceitável", adverte o estudo, "principalmente se considerarmos que o homicídio contra adolescentes deveria ser algo extremamente raro em qualquer sociedade".

Em Taboão, com população de 27.272 adolescentes, de acordo com a pesquisa, se a taxa de mortalidade (1,07) se mantiver, a projeção é de que 29 pessoas de 12 a 18 anos serão assassinadas até 2013. Em Embu, com 31.129 adolescentes, a estimativa são 50 jovens vítimas de homicídios. Os prognósticos preocupam, mas já foram mais sombrios.

O IHA de Itapecerica bateu em 2,04 – dois adolescentes a cada mil foram mortos em 2007 –, numa ligeira queda desde 2,25 em 2006. O índice anterior, em 2005, foi de 2,76. No caso de Itapecerica, que conta 21.169 adolescentes, 43 serão mortos em sete anos, se o índice de homicídio juvenil registrado seguir inalterado.

No país em geral, a estimativa é de que 32.912 adolescente serão assassinados entre 2007 e 2013, se mantido o IHA nacional em 2,67, taxa que cresceu – foi de 2,39 em 2006 e 2,51 em 2005.

Quase todos os 73 municípios paulistas pesquisados, incluída a cidade de São Paulo, tiveram IHA abaixo da média nacional. As exceções foram Araçatuba (2,70) e Votorantim, que teve taxa de 3,90. O maior IHA do país é o de Foz de Iguaçu (PR), com 12 assassinados em 2007 e projeção de 526 vítimas até 2013.

Políticas de complementação de renda para a população mais pobre e programas que aumentem a qualidade da educação podem ajudar a reduzir as mortes de adolescentes, ressalta o estudo como proposta de superação de dívidas sociais que persistem. "A relevância deste trabalho consiste na possibilidade de promover um maior conhecimento do tema por parte de gestores, profissionais da rede de proteção e o público em geral, bem como contribuir para aprofundar os debates a respeito do tema da violência letal de crianças e adolescentes e incidir para a construção de políticas públicas que assegurem o direito à vida e ao desenvolvimento integral das novas gerações", salienta ainda.

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