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Sozinho, o presidente da CEI lê relatório que não foi votado por falta de quórum

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Redação

23/03/2012 00:00
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Sozinho, o presidente e relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI), vereador José Aparecido Alves, leu o relatório final sobre as investigações de fraudes no sistema financeiro da prefeitura de Taboão da Serra. Mesmo sem a presença dos demais membros da comissão os vereadores Fausta Leite, Valdevan Noventa, Wagner Eckstein, Cido decidiu ler o relatório, que não pode ser votado. O vereador Olívio Nóbrega esteve na sessão, mas não acompanhou a leitura.

 

Foto: Rose Santana

 

Cido lamentou o desinteresse dos demais membros da comissão e disse que iria tornar público o relatório como havia proposto desde o início, mas não acredita em boicote por parte dos demais membros.

“Há algum tempo eu percebo uma má vontade por parte dos demais membros. Mas acho que fiz minha parte, se o relatório agradou ou não, paciência, eles deveriam estar aqui para rebater. Mas não posso falar em boicote, acho que não teve”, declarou Cido.

Cido também garantiu que não poderia adiar a leitura do relatório, pois o prazo legal se encerra dia 25 de março, domingo, e ele não queria ver todo o trabalho perdido. Ele disse que não iria deixar se cumprir sua missão.

 

“Talvez muitos tenham desejado que esse momento não acontecesse que eu desistisse, mas quando assumimos um compromisso temos que ir até o fim. Hoje acredito que minha missão esteja cumprida. Espero que nenhum inocente seja culpado e nenhum culpado seja inocentado”, declarou.

O relatório lido teve 56 páginas, foi um resumo das 47 mil páginas contidas no documento principal sobre as investigações. O documento apontou os principais pontos das investigações, a fraude na dívida ativa, o envolvimento de funcionários e ex-funcionários municipais, sistema Conam, contratos e licitações duvidosas, a OS Iacta Saúde, empresas de publicidade, construtoras e incorporadoras, outorga onerosa.

 

Em um dos trechos lido, o relator questiona como uma empresa como a Iacta que cuidava de meio ambiente veio para Taboão da Serra, cuidar de uma área com orçamento de R$ 34 milhões?

 

“Uma empresa sem experiência, que atuava no ramo ambiental, de repente cuida de uma cidade com mais ou menos 300 mil habitantes e um orçamento de R$ 34 milhões? Só pode restar o caos em que a saúde de Taboão da Serra”, relatou.

 

O relatório foi protocolado na Casa, o presidente José Macário deverá encaminhar aos órgãos interessados, prefeitura e Ministério Público, conforme solicitou o relator Cido em suas conclusões finais.

“Diante do exposto vou enviar uma cópia à presidência dessa Casa para encaminhar a quem de direito, prefeitura e Ministério Público para que tomem as devidas providências. Foram 10 meses de árduo trabalho e investigações. Estou cumprindo meu dever, é bem verdade que não tem quórum para votação, acredito que com isso a cidade perde muito. Estou cansado, mas com a consciência tranqüila por ter meu dever cumprido. Nesse momento dou por finalizado todo o trabalho da Comissão Especial de Inquérito, às 15h24”, finalizou o vereador Cido.

 

A reportagem entrou em contato com a assessoria dos vereadores faltosos mas não teve retorno. 

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