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Sem Terra acusa governo de exclusão em programa habitacional

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Redação

30/01/2010 00:00
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Bruno Anderson, da Gazeta SP
Cerca de 250 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) realizaram, na manhã de segunda-feira, dia 25, uma manifestação na porta da Prefeitura de Taboão da Serra, onde cobraram do governo maior participação no programa de moradia popular do município e a inclusão de famílias para serem contempladas com a construção de unidades habitacionais que serão entregues pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) nos próximos anos.

Em entrevista à Gazeta SP, o líder do MTST, Guilherme Boulos, acusou a prefeitura de se negar a destinar duas áreas, uma no Jardim Salete e outra no Parque Laguna, em processo de desapropriação pelo governo do Estado, para atender a demanda do movimento. Segundo Boulos, o governo se comprometeu, há cerca de dois anos, a direcionar as áreas para construção de apartamentos e contemplar as mais de 5500 famílias do movimento. “Houve um compromisso e agora querem direcionar as áreas para atender a demanda interna da prefeitura”, esbravejou.

Entoando gritos de protesto debaixo de forte calor, o movimento organizou núcleos de atuação e formou uma comissão para negociar com o governo. Por volta das 12h, o grupo foi recebido pelo secretário de Governo, Ronaldo Dias. Durante a reunião, os manifestantes cobraram o compromisso para inclusão da demanda do MTST no programa habitacional e a inclusão de novas famílias no Programa Auxílio Aluguel, que, segundo o movimento, a prefeitura não está cumprindo com o pagamento do benefício para cerca de 100 já cadastradas.

O movimento garante que o governo está tentando deslegitimar o cadastro das famílias, alegando que a maioria não mora na cidade. “O cadastro foi feito pela Secretaria de Habitação da prefeitura. A responsabilidade pelas informações é deles”, explicou Sergio Silva, um dos coordenadores do movimento. Na região sudoeste, o MTST tem atuação nos municípios de Embu e Itapecerica, além de grupos espalhados pelo ABC, Sumaré, Campinas, Guarulhos e Santo Amaro.

Outro lado

Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura disse que o governo retomará as discussões com o movimento nesta quarta-feira, dia 27. Sobre a acusação de que famílias do MTST seriam excluídas do programa, a prefeitura garante que sua política habitacional “estimula as entidades representativas da comunidade para viabilizar novas moradias e a construção de conjuntos habitacionais para moradores de baixa renda e que residem em áreas de risco do município”.

Já no auxílio aluguel, o governo atende 92 famílias do MTST e para inclusão de novos beneficiados, como quer o movimento, é necessário “ser morador da cidade a mais de um ano e ter renda familiar de até três salários mínimos”. Sobre os terrenos e a construção de apartamentos, a prefeitura informa que realizou um “estudo de viabilidade técnica para construção das unidades” e “os trâmites necessários” para assentamento das “famílias juntos à CDHU serão para atendimento de núcleos de baixa renda, conforme a legislação e a política habitacional do município”.

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