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Reuniões pela Saúde mobilizam vereadores de Embu das Artes

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Redação

02/10/2011 00:00
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Vereadores de Embu vem mantendo forte pressão para que o governo do Estado melhore o atendimento na Saúde. Em setembro foram feitos vários pronunciamentos nas sessões da Câmara e realizadas reuniões na cidade e em órgãos estaduais. No dia 8 de setembro, os vereadores Silvino Bomfim (PT) presidente da Câmara, João Leite (PT), Gilvan da Saúde (PPS) e Maria Cleuza Ná (PT), estiveram na Secretaria Estadual de Saúde em reunião com o Dr. Affonso Viviane Jr, Coordenador das Regiões de Saúde do Estado, Dra. Eliana Carvalho, Diretora Técnica e Dra. Iramaia Luvizotto, da Coordenadoria Regional.

O objetivo dos vereadores foi reivindicar mais atendimento para os Embuenses no Hospital Regional do Pirajussara (HGP), a reforma e aumento do número de leitos, além da possibilidade da construção de um novo Hospital de Referência exclusivo para Embu, já que cidade não tem um único hospital, apesar de ter 250 mil habitantes. Dr. Affonso prometeu um estudo técnico para verificar as falhas e possíveis soluções para o problema.

Foto: Thiago Neme | Gazeta SP 

No Palácio dos Bandeirantes, Dr. Cury, da Casa Civil, recebe os vereadores Silvino, Dra Bete, Proença, Arthur e João Leite

A vereadora Ná ressaltou que a falta de leitos para os embuenses no HGP tem causado até mortes nos pronto-socorros da cidade, e que a saúde pública é uma das principais reivindicações da população. Silvino disse que os pronto-socorros são a principal porta de entrada para os hospitais do Estado, mas os pacientes são barrados e permanecem, às vezes em estado gravíssimo dentro de um local que seria apenas para o primeiro atendimento e a triagem. Ele defendeu a instalação de um PA – Pronto Atendimento no Hospital Pirajuçara, a exemplo do que já acontece em Itapecerica (HGIS), mas Dr. Affonso descartou a ideia.

Gilvan da Saúde informou que os 66 vereadores das 6 cidades que integram Conisud estão unidos para a solução do problema da Saúde Pública na região desde o governo de José Serra, quando o Estado nem sequer atendia os parlamentares para uma simples reunião. Gilvan elogiou a postura do governo Alckmin, que “ao menos agora tem nos atendido e ouvido nossas reivindicações”. O parlamentar disse que “não é nossa obrigação dar atendimento de saúde, mas tive até de socorrer um enfartado há alguns dias, por omissão do Estado”, acusou. Silvino concordou, e disse que “de quatro casos de enfarto, perdemos duas vidas por falta de atendimento no HGP”. Gilvan também denunciou que pacientes de baixa e média complexidade tem aguardado no Embu entre um e dois anos para a realização de pequenas cirurgias, por falta de vagas.

João Leite disse que o município já mantém o PSF (Programa de Saúde da Família), e que o atendimento de saúde no âmbito municipal melhorou muito nos últimos anos, “mas temos a barreira dos casos mais graves, quando temos de enfrentar a busca por uma vaga de internação”. O vereador elogiou o HGP: “o hospital é bom, difícil é o cidadão de Embu conseguir entrar lá”, reclamou. O vereador propôs um mutirão para a realização de cirurgias e exames em casos de baixa e média complexidade, para que a fila de espera seja encerrada. Dr. Affonso disse que a ideia é boa, e que os sistemas Municipal e Estadual podem entrar em um acordo para que este mutirão se torne realidade antes do final deste ano.

A vereadora Ná disse que o Município já está fazendo a sua parte. “Temos 12 Postos de Saúde, 4 Programas de Saúde da Família, dois Pronto-Socorros, 2 Centros de Especialidades e uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e um Pronto-Socorro Infantil em andamento (Jd. Santo Eduardo), mas é preciso que o Estado colabore mais no sistema”, solicitou. O vereador Silvino concordou e disse: “estamos fazendo a nossa parte, construímos 8 unidades de saúde somente nos últimos anos”.

Dr. Affonso disse que o novo modelo implementado nos últimos anos foi o da ‘municipalização plena’ da Saúde Pública, mas as cidades não vem suportando os custos que isto provoca. Para ele, a vocação do Estado é a média e alta complexidade, de maior custo, e que o Pronto-Atendimento deve ser feito pelos municípios, mandando os casos mais graves para o sistema regulador, que realmente tem de melhorar, admitiu. Ele se comprometeu a melhorar as relações do Estado, através da representante regional, com a prefeitura de Embu, para que ações integradas possam resolver os problemas existentes.

Os vereadores indicaram que existe um Hospital particular em Itapecerica da Serra, o Santa Mônica (na região do Valo Velho, junto ao Rodoanel) que tem mais de 150 leitos, sub-utilizados, e que poderiam passar a integrar o sistema público da região. Dr. Affonso se comprometeu a verificar esta possibilidade.No dia 21 de setembro, os vereadores também rumaram em direção ao Palácio dos Bandeirantes, onde se reuniram com o Sub-Chefe da Casa Civil, Dr. Rubens Cury para reforçar as reivindicações. Representaram a Câmara de Embu neste novo encontro, os vereadores Silvino (PT), Dra. Bete (PDT), Arthur Almeida (PSDB), José Carlos Proença (PSDB) e João Leite (PT). Também compareceu ao encontro a Sra. Alice Rainha, chefe de gabinete da deputada estadual Analice Fernandes (PSDB-SP). Rubens Cury ouviu atentamente as reivindicações e concordou que não é admissível uma cidade do porte de Embu ainda não ter seu próprio Hospital de referência. Ele afirmou que dentro de duas semanas dará uma posição sobre as providências que o governo do Estado tomará para reduzir os problemas da saúde pública em Embu.

Palácio dos Bandeirantes

O vereador Arthur Almeida disse que “a maior carência que existe em nossa cidade atualmente é a da saúde pública; temos o HGIS (Itapecerica) e o HGP (Taboão) gerenciados pelo Estado, mas não temos um hospital só de Embu, e queremos um hospital só para os embuenses; o Estado deveria pensar nessa proposta com carinho”, reivindicou. O vereador disse que o município pode doar o terreno para um hospital de médio porte, com pelo menos 100 leitos, “o que ia desafogar o HGP, que atende mais de 40 cidades”. Também lembrou da opção de integrar o Hospital Santa Mônica, de Itapecerica ao sistema regional de saúde pública.

José Carlos Proença disse que na época da construção dos Hospitais Regionais citados, a região tinha cerca de 250 mil habitantes, e hoje são quase um  milhão. Além disso, Embu está hoje na bifurcação do Rodoanel Mário Covas e da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), e tem de arcar com o atendimento de emergência dos acidentes destas rodovias.

A vereadora Dra Bete lembrou que estes hospitais, de Itapecerica e Taboão deveriam ser destinados para o atendimento das 6 cidades da região, mas acabam atendendo dezenas de cidades de todo o Estado, reduzindo ainda mais as vagas para a população do entorno. “O Hospital do Pirajuçara é muito bom, mas o fato é que as pessoas estão morrendo sem ter a chance de entrar lá”, lamentou. João Leite falou dessa dificuldade relatando que “no Pronto-Socorro do Jd. Vazame a prefeitura atende 23 mil pessoas por mês, e no PS Central são outras 18 mil, quer dizer, são mais de 40 mil pessoas atendidas, e quando o caso é mais grave, as pessoas acabam morrendo por falta de vagas nos hospitais de referência”.

Dr. Cury, que também é médico e foi prefeito de Bauru (cidade do interior paulista) resumiu a questão: “Percebi que o problema é a porta de entrada, os hospitais de referência, que são bons, mas não atendem à demanda, e este é o ponto que podemos tentar melhorar”. Silvino Bomfim lembrou da luta pelos Hospitais Regionais, “uma luta que veio dos anos 1980, até a construção dos Hospitais de Itapecerica e do Pirajuçara, mas a realidade hoje é outra, a população quadruplicou”, constata.

O subchefe da Casa Civil disse confiar na capacidade técnica do Dr. Affonso Viviane, e que recomendará um estudo de demanda para verificar o que os vereadores já sabem, pois com o aumento da população, a solução deve ser buscada no aumento do número de leitos por habitante. Mas asseverou: “O orçamento do Estado para 2011 é de R$ 14 bilhões, para construir um Hospital a gente gasta até pouco, uns R$ 70 milhões, mas o problema é que um hospital deste porte gasta a mesma quantia por ano, ou seja, são R$ 70 milhões por ano que o Estado terá de bancar”. Mas ele não descartou a possibilidade de que o governador Geraldo Alckmin acene com a construção de um novo Hospital. “Sei que vocês estão sofrendo lá na ponta do atendimento, mas buscaremos as melhores soluções para melhorar a Saúde Pública na região”, prometeu.

 

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