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Região tem seis casamentos gays após Lei aprovada

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Redação

04/06/2013 00:00
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"Ela é a noiva também, vamos nos casar hoje", disse Andréia Barboza de Souza enquanto aguardava na fila do Cartório de Taboão da Serra na manhã da última sexta-feira, cerca de 15 dias após publicação de medida que obriga os cartórios do país a realizarem casamentos entre pessoas do mesmo sexo e três meses depois que a norma entrou em vigor no Estado. Ela e Jane Vandete de Andrade se casaram por volta das 11 horas, se tornando, assim, a terceira união civil homossexual da cidade. No cartório de Embu das Artes já aconteceram dois casamentos e no final do mês outra cerimônia está marcada.

Todas as uniões homoafetivas realizadas no Cartório de Taboão foram feitas pelo Juiz Titular Gercino Norberto. "Eu que fiz os outros dois casamentos. O primeiro foi de duas moças, o segundo foram dois rapazes, um americano e um brasileiro. Não tive problemas em nenhuma das cerimônias, foram todas tranquilas".

Foto: Thiago Neme | Gazeta SP

Jane e Andréia ainda não conseguiram a cerimônia religiosa

Apesar do Congresso ainda não ter aprovado uma lei a respeito, desde o dia 14 de maio deste ano os cartórios brasileiros não podem mais negar a celebração de casamentos homossexuais. O primeiro país a autorizar a união civil aberta entre pessoas do mesmo sexo foi a Holanda, em 2001. Na última semana a França realizou o primeiro casamento gay, onze dias após a promulgação que legaliza o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo no país.

Andréia, que já mora com Jane há três anos, explica porque decidiu oficializar a união das duas: "Em junho faz três anos que estamos juntas.Nós decidimos oficializar agora porque planejamos adotar uma criança e o casamento no civil facilitará o processo de adoção".

Preconceito

Outro ponto que motivou a decisão das duas se casarem foi o fato da discriminação que sofrem. "Assim como os outros casais, nós também temos o direito de casar no civil. A discriminação é muito grande".

Uma amiga de Andréia e Jane, convidada para o casamento, foi uma das vítimas do preconceito. "Eu havia pedido um vestido emprestado e, ontem, um dia antes do casamento, a moça disse que não me emprestaria o vestido porque ficou sabendo que era para eu ir a um casamento entre duas mulheres", disse.

Casamento no religioso

Jane e Andréia chegaram a procurar algumas igrejas para realizarem uma cerimônia religiosa também, mas os padres se negaram a unir o casal.

No cartório, o casal afirmou não ter tido nenhum problema para marcar o casamento, elogiando a rapidez do processo. "Fomos muito bem tratadas aqui e o casamento foi agendado com rapidez". A felicidade das duas era refletida nos amigos, tios e sobrinhos que as acompanharam até o cartório. "Todos os nossos amigos e familiares nos apoiaram, desde o início", finalizou Andréia.

No Estado

De acordo com um levantamento feito pela Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado) nos 58 cartórios da cidade, as uniões gays tiveram um aumento de 78% apenas na capital.

 

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