Prefeitura irá assinar novo TAC para reforma do Parque das Hortênsias

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Único local de lazer de Taboão da Serra, o Parque das Hortênsias volta a ser tema de discussão na cidade. Na última terça-feira, dia 6, o promotor de justiça Luiz Felipe Tegon, do Ministério Público, visitou o local para ver as condições dos mais de 300 animais que vivem no zoológico. No ano passado, a administração do ex-prefeito Evilásio Farias havia assinado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que não foi cumprido. Agora o MP quer que diversos pontos sejam revistos.

Conheça a história do Parque das Hortênsias, contada por Armando Andrade

Segundo o Secretário de Cultura, Ali Sati, a prefeitura aguarda um estudo da Secretaria Estadual do Meio Ambiente para começar a reforma nos recintos dos animais. “O Ministério Público e a secretaria vão propor o que deve ser feito no zoológico, para cada recinto existe uma especificação diferente, uma licença, tem que tem um espaço mínimo, uma altura regular, e nós vamos adequar isso tudo”, disse.

Foto: Eduardo Toledo

O Secretário de Cultura, Ali Sati, que é responsável pelo Parque das Hortênsias

Apesar das denúncias de alguns moradores, que acreditam que os animais estão sendo mal tratados, Ali Sati e o biólogo Rodrigo Xavier, garantem que as condições de saúde e alimentação são adequadas. “tem especulação que tem animal maltratado, isso não tem. Todos estão comendo, bem alimentado, tomando remédio quando precisam e todos estão com boa saúde. O que precisa é colocar o zoológico nas normas vigentes”, explica Sati.

Rodrigo Xavier também afirma que não existe nenhum animal passando fome. “Apesar das estruturas estarem feias, os animais estão bem tratados. Existe uma equipe técnica formada por duas veterinárias e por mim, que sou biólogo. A alimentação dos animais é constante, tem equipe de tratadores que fazem a limpeza dos recintos. O que acontece é que o Parque vem sendo esquecido há vários anos e a gente tem algumas demandas estruturais que precisam ser cumpridas. A legislação avançou e o Parque ficou parado no tempo”, garante.

A prefeitura deve assinar um novo TAC com o Ministério Público dentro de um mês. “Estamos aguardando esse estudo, mas paralelo a isso, já intensificamos o corte da grama, a pintura e a reforma de bancos e também do calçamento”, disse o secretário. Ali Sati também afirmou que não tem previsão de quanto a prefeitura irá gastar na reforma dos recintos.

“O Parque das Hortênsias gasta cerca de R$ 1 milhão por ano, não dá pra saber o quanto vamos gastar [para a reforma], depende do estudo que vamos receber da secretaria de estado do Meio Ambiente, vamos pedir que eles nos ajudem a fazer essa reforma. Tudo tem que enquadrar dentro do orçamento”.

Sobre a reforma, o biólogo lembra que o espaço físico do parque não permite que o zoológico seja ampliado. “O Parque é considerado um zoológico de pequeno porte, na legislação atendemos a categoria C, não temos como crescer por falta de espaço físico, mas temos como melhorar e adequar os recintos. O que é necessário é adequar as instalações e o licenciamento ambiental do Parque, tirar as autorizações pertinentes, o parque fica dentro dos moldes modernos”.

Durante os fins de semana, o Parque das Hortênsias chega a receber 10 mil visitantes. Desde fevereiro de 2011, a prefeitura decretou a gratuidade para o acesso ao local. “Acho que também deveria ser revisto a gratuidade do parque, foi mudado em fevereiro de 2011 a gratuidade, mesmo porque é uma estrutura complexa e precisa deixar de dar só despesa”.

Reforma adiada

Em outubro de 2011 a então secretária de Cultura, Márcia Regina, que também era vice-prefeita, havia dito que a prefeitura iria reformar o Parque das Hortênsias para se adequar ao TAC assinado com Ministério Público. Na época, Márcia disse que a prefeitura iria fazer a reforma e manutenção do calçamento de toda a entrada do parque, pintura de brinquedos e reforma das grades dos felinos.

Quanto às adequações exigidas pelo Ministério Público, Márcia explicou que quando o Parque foi criado, as exigências eram outras. “A lei mudou muito desde a criação do Parque, tem alguns afastamentos de animais, por exemplo, o jacaré, eles [Ministério Público] querem o afastamento de 1 metro e meio, se colocar essa medida para fora, fica sem lugar para passar, se for para dentro, tira a área do jacaré, nós explicamos essa situação. Eles querem, e é pertinente”.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

Inauguração do Parque das Hortênsias, em 1978

Entre as exigências feitas pelo MP estão a ampliação do afastamento na área do leão, a construção de novos recintos para as aves de rapina que atualmente não tem acesso nenhum ao sol e a reforma do local onde estão os macacos, que sofrem em uma jaula apertada e sem nenhuma condição de abrigar os animais.

O primeiro TAC assinado pela prefeitura previa que as obras solicitadas pelo Ministério Público terminassem até o final de 2012.

História

Com mais de 48 mil m² de área verde, um acervo de 300 animais e cerca de 20 funcionários, o parque, que também é zoológico, fica localizado entre dois bairros da cidade, o Pq. Assunção e o Jd. Monte Alegre,é equipado com lanchonete, playground para as crianças e banheiros. Em uma excursão da escola, passeio com a família ou brincadeiras com os amigos, o Parque das Hortênsias se tornou referência como um dos únicos pontos de lazer de Taboão da Serra.

Os tigres siberianos, Sacha e Zetti, parecem desfilar, com toda a elegância que só os felinos conseguem ter. O casal de leões, Zulu e Elga, vieram do Zoológico de São Paulo e são os protagonistas do local, todos vão passear por diversos motivos no parque, mas ninguém sai sem contemplá-los.

O parque foi inaugurado dia 14 de fevereiro de 1978, o então prefeito Armando Andrade, plantou mais de mil mudas de árvores e trouxe das Serras Gaúchas cinco mil mudas de hortênsias, que acabaram batizando o local. Em 1991, o parque foi registrado pelo Ibama como Zoológico de Taboão da Serra.

O Museu da Natureza, inaugurado em 2006, completa o passeio, com animais empalhados e o esqueleto do primeiro leão do zoológico, o Greg, que também é famoso na região.