Polícia Civil esclarece assassinato de cozinheiro
O assassinato do cozinheiro Josué Lima dos Santos, 30 anos, em frente a um supermercado do Jd. Salete, na última quinta-feira, dia 19, continua sendo investigado pela Polícia Civil de Taboão da Serra. Na manhã desta terça-feira, dia 24, os investigadores escutaram o gerente do comércio que acusou a vítima de ter roubado um quilo de carne. Uma denúncia feita por telefone mudou os rumos das investigações.
Josué foi morto com dois tiros nas costas durante uma discussão com o gerente do supermercado. A Polícia Civil investiga se os disparos foram feitos pelo segurança do local, o ex-PM Antônio Santana Reis. Outra investigação corre em sigilo, existe a suspeita que Policiais Militares que atenderam a ocorrência poderia ter tentado “arredondar” o assassinato.
Foto: Eduardo Toledo
Caso foi investigado pela delegacia de Taboão junto com a Seccional
O delegado seccional de Taboão da Serra, Maurício Guimarães Soares, desconfia da forma com que o caso foi registrado pelos PMs, como se a morte de Josué fosse um latrocínio. “Vamos investigar se houve facilitação por parte dos PMs que atenderam a ocorrência. A história está torta”, afirmou ao jornal Diário de São Paulo.
As investigações ganharam um novo rumo após uma denúncia anônima feita através de um telefonema. A testemunha disse que Josué ele teria sido atingido por dois tiros disparados pelo ex-PM Antonio Santana Reis, que fazia a segurança no local. Com base nas denunciais, a Polícia Civil passou a ouvir mais de uma dezena de testemunhas.
Um dos depoimentos mais importantes, e que desmente a tese do latrocínio, foi dado na manhã desta terça-feira, dia 24, pelo gerente do supermercado, conhecido como Kazu. Ele afirmou para a Polícia que Josué teria comprado pães e escondido um quilo de carne dentro do capacete, que estava nas mãos da vítima. Informado pela caixa, Kazu teria saído do supermercado e pedido para revistar Josué. Os dois discutiram e o cozinheiro saiu em direção de sua moto, que estava parada há alguns metros do local.
Inconformado, o gerente do supermercado teria ido novamente discutir com Josué, os dois se empurraram e uma pessoa que estava próxima ao local teria gritado que Kazu “estava sendo assaltado”. Na versão do gerente, ele ouviu um estampido e em seguida Josué caiu ferido. No depoimento, Kazu disse que não sabe quem atirou.
O gerente do supermercado disse que ajudou a socorrer a vítima, mas a Polícia Civil também desconfia que houve demora no socorro da vítima e irá ouvir os funcionários do Samu. Segundo a família de Josué, ele demorou mais de 40 minutos para ser atendido. Levado ao PS da Antena, o cozinheiro não resistiu aos ferimentos e morreu.
Suspeito deve depor
Desaparecido desde o dia do crime, o ex-PM Santana é considerado o principal suspeito pela Polícia Civil, que o acusou formalmente pelo assassinato. Ele deve se apresentar na delegacia até a próxima quarta-feira, dia 25, mas não será preso, apenas ouvido em depoimento, uma vez que a justiça negou o pedido de prisão temporária e o mandato de busca e apreensão na sua casa.