Polícia ainda procura Ney Santos e outros seis em Embu das Artes

A Polícia Civil de São Paulo procura o prefeito eleito de Embu das Artes, Ney Santos (PRB) e mais outros seis suspeitos de participarem de uma facção criminosa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Claudinei Alves dos Santos, mais conhecido como Ney Santos é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ser um dos responsáveis por lavar o dinheiro do tráfico de drogas comandado pela facção criminosa PCC e teve sua prisão decretada pela Justiça na manhã da última sexta-feira, dia 9.

Além de Santos, outras seis pessoas que fazem parte da quadrilha são procuradas pela polícia, sendo elas: Elaine Cristina, Kelvin Felipe, Piter Aparecido, Ricardo Luciano, Genival Oliveira e Marcelo do Nascimento.

Na manhã da última sexta-feira (9), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de São Paulo, deflagrou em Embu das Artes e São Paulo a primeira fase da Operação Xibalba. Sete pessoas foram presas em Embu das Artes, incluindo policiais militares. Segundo o Ministério Público, os nomes dos presos não foram divulgados para não atrapalhar nas investigações. Também foram expedidos 49 mandados de busca e apreensão.

Promotores e PMs com cães farejadores foram às duas residências que a família do prefeito eleito possui em Alphaville. Eles vasculharam as casas, mas não o encontraram. A residência da mãe de Ney Santos, em Embu das Artes também foi vasculhada. Dois triciclos foram recolhidos e levados para o Fórum da cidade. Veículos de Ney Santos e dos investigados também foram recolhidos.

O Gaeco ainda esteve na Câmara Municipal de Embu recolhendo documentos para auxiliar nas investigações. O MP contou com participação de 32 Promotores de Justiça e 200 policiais da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo.

Na manhã desta segunda-feira (12), o MP divulgou que pede o auxílio dos moradores de Embu das Artes para localizar os foragidos. As denúncias podem ser feitas no site do MP (www.mpsp.mp.br), no item “Fale Conosco”.

Crimes. Esta não é a primeira vez que Ney Santos entra na mira da Justiça. Em 2003, ele foi condenado por roubo a uma empresa de valores em Marília. Ficou preso por três anos.

Já em 2010, Ney Santos voltou ao noticiário quando foi investigado por uma extensa lista de crimes, que incluía lavagem de dinheiro, estelionato, sonegação fiscal, adulteração de combustível e formação de quadrilha. Na época, policiais apreenderam documentos, computadores, máquinas de contar dinheiro e até uma Ferrari, avaliada em R$ 1,5 milhão, em seus imóveis.

Ney Santos também respondeu por compra de votos em 2012, quando foi eleito vereador de Embu das Artes, e chegou a ter a candidatura para prefeito deste ano impugnada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.

Defesa. No sábado (10), a assessoria de imprensa divulgou uma nota de Ney Santos, na qual ele se defende das acusações. “Está claro que tudo isto mais uma vez, não passa de mais uma perseguição política que estou sofrendo, e que está sendo amplamente explorada pela mídia sensacionalista”.

Ainda na nota, o prefeito eleito destaca que “a Justiça não quer que um menino que veio da periferia e venceu na vida, possa administrar uma cidade linda como é Embu das Artes, cidade está que só precisa de alguém que a ame de verdade”.

O político ainda informa no conteúdo que não irá se apresentar à polícia. “Não me apresentei porque estou aguardando os autos chegarem nas mãos dos meus advogados, pois a justiça só irá nos entregar na próxima quarta-feira (14)”.

Questionada, a assessoria de imprensa informou que Ney Santos está em viagem com a família, mas o destino não foi divulgado.

Eleições. Com uma votação expressiva, Ney Santos (PRB) ganhou a eleição para o cargo de prefeito em Embu das Artes com 64.828 votos, o que representou 79,45% dos votos válidos do município. A diplomação está marcada para o dia 19 de dezembro, na próxima segunda-feira.

Geraldo Cruz (PT), que já foi prefeito de Embu das Artes, não teve seus votos computados devido a problemas judiciais.