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Participantes de horta comunitária reclamam de fim de projeto

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Redação

01/12/2011 00:00
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Nely Rossany, da Gazeta SP

Plantar seu próprio alimento, sem conservantes e de maneira sustentável parece uma ideia utópica, mas é exatamente o que faziam os participantes do projeto ‘Colhendo Sustentabilidade’ em Embu das Artes até o mês passado. Isso porque, um dos terrenos, no bairro Itatuba, que abriga a Horta Comunitária foi leiloado pela Prefeitura e agora, o projeto que existe há três anos não vai mais continuar.

O projeto começou em 2008, instituído através de uma parceria entre a Prefeitura e a Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE) e foi financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Hoje, cerca de 200 famílias são beneficiadas, pois comem o que produzem na horta e vendem o excedente, gerando uma renda de cerca de R$ 800 por mês que é repartido entre os cooperados.

Foto:Thiago Neme | Gazeta SP

Projeto não foi renovado pela Prefeitura por baixo número de pessoas atendidas

Além disso, o projeto já formou multiplicadores em dez hortas comunitárias orgânicas em diversas regiões da cidade, nas quais já foram atendidas mais de 1.000 pessoas. O terreno em Itatuba de 127 mil m² não é o único que abriga o projeto, mas os outros locais também correm o risco de não terem mais a horta.

A Gazeta SP esteve no local e os participantes do projeto estão decepcionados. “Para mim isso é mais do ter uma alimentação saudável e geração de renda, era uma terapia e com isso eu ajudava muita gente. Estamos nos sentindo desrespeitados”, disse Carlos Turano, aposentado. O ex-coordenador do Projeto, Bruno Cavalcante explica que o contrato com a SEAE acabou em setembro, e diz que a Prefeitura sequer conversou com os participantes sobre o fim ou uma possibilidade de continuação do projeto.

“Nós fomos pessoalmente falar com o secretário de Meio Ambiente, João Carlos Ramos, que nos disse que tínhamos 30 dias para desocupar o local. Mas horta não é assim, não se muda de lugar. Nós recuperamos essa terra e abraçamos essa ideia, queremos ficar aqui. Meu medo é daqui há alguns dias chegar, não poder nem entrar e ver que todo nosso trabalho foi perdido”, desabafou Gilson Xavier da Silva Brito.

Outro Lado

Segundo a Assessoria de Imprensa, na segunda fase do Projeto, já sem a participação do MDS, a Prefeitura de Embu das Artes fez a parceria com a Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE), para que o número de beneficiários fosse ampliado, o que não aconteceu. Durante 18 meses, o custo com o projeto foi de R$ R$ 160 mil. De acordo com nota enviada ao jornal “A Prefeitura não poderia se dar ao luxo de manter um terreno de 127 mil metros quadrados, em Itatuba, sendo usado apenas por cerca de cinco famílias. Por isso, leiloou a área para investir na construção de equipamentos como o Posto de Saúde do Jardim Sílvia e a Rodoviária, na ampliação do Sistema de Monitoramento Urbano, na reforma do Pronto-Socorro central entre outros”. O terreno leiloado em agosto foi arrematado pela empresa Hines, voltada a investimentos imobiliários por R$ 8,5 milhões. 

Ainda de acordo com a Prefeitura, “as famílias que participavam do Colhendo Sustentabilidade não estão abandonadas. Elas serão remanejadas para uma área no próprio bairro Itatuba e poderão exercer suas atividades nas hortas dos postos de saúde e escolas. O Governo da Cidade de Embu das Artes também oferece apoio técnico e assistencial e está à disposição das famílias”, finaliza a nota.

 

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