Os riscos e rabiscos de Bruno Hamzagic
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Artigo publicado em março de 2004 no Portal O Taboanense
O grande artista ignora seu próprio talento. Ri das besteiras que faz, que escreve, que risca e que rabisca. Bruno Hamzagic é assim, talvez ele ainda não tenha se dado conta do enorme talento que possui. É premiadíssimo, inclusive no salão de humor de Piracicaba, o mais importante do país.
Filho de mãe holandesa, sobrenome iugoslavo, Bruno aos 20 anos parece que já viveu 40. Fez de tudo, tem uma história riquíssima. Começou desenhando e pintando Batman, Robin, e outros heróis do imaginário adolescente. Coisas de criança, mas foi dali que surgiu sua veia artística.
Foto: Eduardo Toledo
Bruno Hamzagic em 2004, no começo a promissora carreira: orgulho de Taboão da Serra
Chegou a pintar faixa e placas. Seria um verdadeiro letreiro se não fosse sua incrível capacidade de subestimar as tarefas que sempre lhe parecem simples. Demorou três dias para entregar a primeira faixa, foi despedido pela demora, mas pelo menos aprendeu a mexer com pincéis.
Seu talento artístico não ficou preso só aos pincéis, tintas e grafite. Já tocou na banda marcial, aprendeu a tocar trompete porque queria algo melódico. Com a inocência dos que vêem a vida como uma bela conquista, Bruno ri de tudo, só ri. Chega a surpreender pela sinceridade da sua risada quase infantil. Buscando trabalhar na feira de artesanato aqui em Taboão da Serra participou da prova que iria selecionar os artistas.
Munido com seu material de trabalho, uma folha sulfite e um lápis, fez uma caricatura e entrou de vez para o mundo mágico das artes. Gostava de transformar o real em brincadeira. A caricatura também é uma arte, é o surrealismo do humor, como ele mesmo define. Bruno cria um mundo diferente com elementos reais, é o mundo dos sonhos.
Relembrando seu lado burocrata Já trabalhou no inss, fez estágio na prefeitura passando os mapas da engenharia a limpo e foi aí que teve sua primeira experiência profissional, no jornal da Associação. De lá pra cá Bruno não parou mais de criar, de trabalhar com a sua própria arte.
Talvez Bruno Hamzagic não tenha realmente consciência do seu enorme e inesgotável potencial. Por isso é tão humilde e sincero. Que ele continue assim, sem saber do que é capaz. Ousadia de fantasiar. E a fantasia, queiram ou não, ainda é o grito da alma.