Onishi e Moreira criticam proposta de reforma da previdência
O Dia Nacional de Mobilização e Paralisação contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer, que ocorre nesta quarta-feira, dia 15, em todo país, foi motivo de debate na sessão da Câmara Municipal de Taboão da Serra. Os vereadores Ronaldo Onishi (Solidariedade) e Professor Moreira (PSD), fizeram duras críticas a proposta do governo.
Onishi foi o primeiro vereador a se mostrar contrário a reforma e pediu que a população se mobilize, vá às ruas e cobre dos seus deputados federais uma posição contrária as medidas do governo Temer. “O Congresso está fazendo uma discussão, essa reforma é contra o trabalhador, vai contra principalmente quem ganha pouco e precisa do dinheiro da previdência social”.
O vereador lembrou também que a proposta da reforma da previdência “não respeita as mulheres”, uma vez que iguala o tempo mínimo de contribuição entre homens e mulheres. “Tem a terceira jornada, além de mandar os filhos para a escola, ir par ao trabalho e chegar em casa, à noite, fazer os afazeres domésticos. Se essa reforma for aprovada desse jeito, mostra que o país não tem respeito pelas mulheres”.
Já o vereador Professor Moreira (PSD) ressaltou a questão política da reforma previdenciária. “Essa medida partiu do presidente golpista Michel Temer para acabar com o direito dos trabalhadores. Vão acabar com direitos trabalhistas conquistados a duas décadas a duras penas”.
Moreira ainda disse que a reforma “inviabiliza” a aposentadoria da grande maioria da população. “Vários partidos são contra essa lei, que vem acabar com o pouco que o trabalhador ainda tem, que é o direito a aposentadoria. O povo brasileiro vai se aposentar com 70 anos? É isso que esse governo golpista do Michel Temer quer fazer? Precisamos ir as ruas, o futuro que nos espera não é o que nós queremos”.
Protestos
A manifestação prevista para essa quarta-feira, dia 15, terá a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ato político que começa às 16h, na Avenida Paulista, região central da capital. A informação foi confirmada em coletiva de imprensa dos movimentos sociais e centrais que organizam o ato. As mobilizações terão início pela manhã, com paralisação de várias categorias, dentre elas, ônibus municipais e intermunicipais da Região Metropolitana de São Paulo.
“Esse governo não tem legitimidade para fazer isso (as reformas). Esse projeto não foi eleito. Os financiadores do golpe queriam exatamente isso. As reformas da Previdência e trabalhista só melhoram as coisas para os lucros dos empresários. Vai ser a desgraça da classe trabalhadora”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo. Para ele não há nenhuma possibilidade de diálogo quanto à proposta. “Não há possibilidade de melhorar o projeto. Ele é péssimo para o povo brasileiro e precisa ser retirado”, completou.
Um dos principais pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que define a reforma da Previdência, é que seja estabelecida idade mínima de 65 anos, eliminando a concessão do benefício por tempo de serviço. O valor da aposentadoria, de acordo com o projeto, passará a ser calculado levando-se em conta 51% das maiores contribuições com 1% adicionais a cada ano de contribuição. Na prática, isso faz com que seja necessário trabalhar formalmente por 49 anos para se obter o benefício integral.