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Obras em prédio que ameaçava desabar estão praticamente paradas

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Redação

03/01/2011 00:00
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A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, CDHU, iniciou as obras de reforma do Bloco I do conjunto habitacional Pq. Jacarandá em Taboão da Serra, após a saída das 40 famílias que moravam no local. Eles foram retirados no dia 12 de julho de 2010 pela Defesa Civil, que interditou o prédio por entender que todo o conjunto corria risco de desabar a qualquer momento.

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Seis meses após a saída dos moradores as obras andam a passos lentos, até o momento apenas a estrutura do prédio foi reforçada, de acordo com alguns trabalhadores, foram colocadas micro-estacas de 20 metros de profundidade, “fizemos o trabalho de segurar o prédio”, disseram, essa primeira parte da obra levou quatro meses para ficar pronta. Nada mais foi feito até o momento.

Foto: Rose Santana

Obras no prédio da CDHU, no Jacarandá, estão praticamente paradas

“Na minha opinião toda a parte estrutural continua dilatando, todas as paredes estão abertas”, disse um morador. Os moradores acreditam que o prazo previsto para entrega da obra, fevereiro de 2011, não será cumprido. “Muito pouco foi feito até agora”, disse outro morador.

Mas de acordo com os proprietários dos apartamentos, eles podem esperar o tempo que for, desde que a CDHU entregue os apartamentos prontos e seguro.  “Que demore um ano, dois, três, não nos importamos, só queremos nossas moradias arrumadas, seguras. Nunca mais queremos viver uma situação como essa que passamos”, disse Cleonice dos Santos.

Mas que está deixando os moradores revoltados não é a demora das obras, mas a falta de atenção da CDHU. Segundo eles, o valor do auxílio-aluguel é insuficiente para que possam alugar uma casa equivalente a que eles tinham.

“Não concordamos com nada, não tivemos opção. O valor mínimo de um aluguel no padrão que estávamos vivendo é de R$ 600,00. Nunca imaginei que um dia eu estaria onde estou morando em uma favela. Quando eu comprei o meu apartamento da CDHU, tinha a esperança de transforma-lo em um lugar de qualidade para minha família. Após 10 anos, o prédio se divide ao meio, e me jogam em qualquer lugar”, disse Cleonice.

E a revolta não para por ai, ainda de acordo com a senhora Cleonice, ela foi até o escritório da CDHU, conversar com a assistente social para explicar sua situação e pedir para que revissem o valor do auxílio-aluguel, mas não recebeu nenhuma atenção, pelo contrário.

“Falei para a assistente social Romilda, as condições que estamos vivendo, eu e minha família. Disse que continuo morando em um lugar de risco, não tenho mais um prédio caindo sobre minha cabeça, mas estou correndo riscos, moro com minha família em uma favela, ao lado de boca de fumo, isso não é área de risco? Eu disse a ela que não tinha nenhuma privacidade onde estou que com o valor de R$ 400,00 não dá pra escolher muito. Sabe o que ela me respondeu, vou usar as palavras dela: ‘A vantagem é que vocês não vão fazer mais filho’. Nunca fui tão humilhada. Estamos sendo tratados como cachorros sem donos. É triste, após 10 anos ter um sonho frustrado”, desabafou.

Cleonice também critica a prefeitura de Taboão da Serra. “Continuo pagando meus impostos não têm nada atrasado, será que ninguém pode fazer nada por nós? Interditaram o prédio e sumiram. Cadê os políticos que nós votamos? Nessa hora todos somem, ninguém vem nos dar apoio. Vários moradores se encontram na mesma situação deixaram seus apartamentos e estão morando em favelas. Quando a CDHU nos tirou de lá, não quis saber para onde e nem como íamos. Nossos parentes não são obrigados a nos dar abrigo. queremos respeito, eles (CDHU) nos colocaram nessa situação, então eles devem nos tirar”, diz revoltada.

A reportagem do Portal Taboanense procurou a CDHU, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.

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