O espaço do jovem no cenário político
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Por Jose Vanderlei dos Santos
A perplexidade verificada nas declarações das autoridades governamentais, em seus diversos níveis, ao comentarem os recentes fatos que envolvem as manifestações populares, revela que um fato novo merece ser apreciado: a participação da população, em especial da população jovem , deve ser revista, no cenário social.
Não se sabe ao certo, qual é a composição exata das reivindicações de todos aqueles que se dispuseram a participar do movimento, cujo alcance, já não se via há alguns anos. Não se fala aqui em concentração de pessoas, mas de ativismo popular, mesmo que não se possa, ainda, identificar um direcionamento claro.
O jovem apresenta-se como protagonista de reclamações, que vão desde o direito a uma vida mais digna, como também reclama o direito à ocupação do espaço público como ruas, praças além da elaboração de políticas públicas que lhes propiciem o exercício de atividades que esgotem o seu vigor físico.
Vão além, pois desejam um espaço político para apresentarem suas pautas de reivindicações. Estão cansados do velho modo de se administrar daqueles que não se cansam de extrair da seiva dos cofres públicos, o vigor que alimenta as contas particulares e que ao invés de servirem ao Estado, dele acabam se servindo.
É preciso se abrir canais de conversação, permitindo que a sociedade, dialogue diretamente com seus representantes, sem a necessidade de se recorrer aos extremos, como a violência que tem sobejado nas recentes manifestações. O povo de forma orquestrada clama por atenção, por um comportamento ético no trato da coisa pública, mas principalmente pela postura séria, daqueles que se propõem a administrar o dinheiro público.
Jose Vanderlei Santos é advogado, secretário geral da OAB Taboão da Serra e Professor da Faculdade de Direito da Anhanguera de Taboão da Serra.