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Novas regras do cartão de crédito podem ajudar o consumidor

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Redação

24/03/2011 00:00
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O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou novas medidas para o uso do cartão de crédito. A partir do dia 1º de junho de 2011, o valor mínimo do pagamento da fatura mensal aumentará de 10% para 15%, e a partir do mês de dezembro de 2011, o pagamento mínimo será de 20%. Além disso, o pacote de medidas determina quais são as cobranças que poderão ser feitas pelas operadoras de cartões, quais os tipos de cartão de crédito que poderão ser oferecidos (básico e diferenciado), formas de envio,  entre outras medidas.

Para o especialista em finanças Antonio De Julio, da Moneyfit, consultoria especializada em educação financeira, as novas medidas vão ajudar os brasileiros em relação às regras das cobranças dos cartões de crédito. “Pela falta de padronização que acontecia antes, muitas cobranças só eram conhecidas na hora da entrega dos boletos nas mãos dos consumidores, principalmente no que se trata das taxas dos parcelamentos e do crédito rotativo”, alerta De Julio.

Em relação à medida que entrará em vigor no mês de dezembro, para o pagamento mínimo de 20% com base no valor total da fatura, Antonio De Julio, explica que com base nos juros cobrados no Brasil, os maiores do mundo, esse percentual deveria ser, de no mínimo, 50%.  Ele acredita que desta forma o uso do cartão de crédito deixaria de ser um vilão das famílias brasileiras. " Mas, ao mesmo tempo o cartão de crédito é um meio de pagamento que permite até um certo controle nas finanças,  caso utilizado de forma correta. Atualmente, o melhor caminho é sempre pagar o valor total da fatura no vencimento, sem entrar no rotativo, devidos aos juros”, relata De Julio.

"Pode parecer exagero de minha parte, mas hoje em dia entrar num rotativo de cartão de crédito e ter uma dívida que pode chegar até 300% em um ano, é um verdadeiro "terremoto" nas finanças. A opção de crédito rotativo nem deveria existir em nosso pais, pois, considero totalmente contra o uso consciente do dinheiro, indispensável para o avanço da educação financeira no País”, conclui ele.

Em relação à obrigatoriedade das informações das taxas cobradas e a publicação destas no site do Banco Central, pode até gerar uma concorrência sadia entra as instituições financeiras, explica De Julio.

Para ajudar na utilização do cartão de crédito com base nas novas regras que vão chegar a partir de junho, o especialista em finanças do Moneyfit, Antonio De Julio apresenta algumas dicas rápidas.

1) Ter apenas um cartão de crédito na família, dando preferência a descontos em atrações culturais e promoções em lojas. Quando se paga a fatura em dia, não é necessário se preocupar com as taxas do rotativo.
2) Negociar a anuidade. Quando se concentra os gastos em um único cartão, maior o poder de negociação com a instituição financeira. Evite ter vários cartões de crédito.
3) Quando for pedir um cartão, principalmente esses de "bandeiras" de supermercados e lojas diversas, não se preocupe somente com o número de parcelas que oferecem, mas todas as taxas cobradas. Se tiver dúvidas, não se intimide e peça para o atendente fazer uma simulação para você. Eles dificultam muito essas informações, pois sabem que o cliente pode deixar de fazer algumas perguntas.
4) Os juros do cartão de crédito são os juros mais caros no Brasil. Mesmo que não signifique um corte de luz ou busca e apreensão do seu veículo, podem trazer grandes dores de cabeça depois de um tempo.
5) Procurar ver todos os benefícios do cartão como milhas e programas de pontos, mas JAMAIS gastar pensando em simplesmente acumular esses benefícios. 
6) Nunca deixar para saber o quanto gastou quando a fatura chegar. Procure puxar um extrato no mínimo uma vez por semana, de preferência após a uma ida a um shopping, para saber quando puxar o freio de mão antes de “bater no muro a 120 Km/h”.
7) Controlar os gastos com cartão de crédito talvez seja o pior  exercício de educação financeira, mas o mais necessário. Quem souber usar bem o seu cartão, com certeza terá boas noites de sono.

 


Antonio De Julio – É especialista em finanças pessoais e instrutor da MoneyFit, empresa especializada em educação financeira com expertise em projetos educacionais para jovens e adultos. Tem por objetivo ajudar as pessoas a equilibrar suas contas e fortalecer suas finanças (www.moneyfit.com.br)

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