MP quer que a prefeitura de Taboão retire os animais do Zoo
O Parque das Hortênsias, em Taboão da Serra, único zoológico da região, que estava em reforma desde o dia 11 de março, teve suas obras paralisadas no final de agosto, após denúncias do Ministério Público (MP). Segundo o órgão, as obras não poderiam estar acontecendo com os animais dentro do zoológico. A prefeitura da cidade, tem 15 dias corridos, contados a partir do dia 20 deste mês para recorrer. Em novembro de 2013, um leão e um casal de tigres morreram. Em janeiro deste ano, 55 ativistas protestaram em frente ao parque, reivindicando a saída de todos os bichos do Zoo.
Fora as polêmicas, os visitantes que frequentam o parque reparam as jaulas enferrujadas, a pintura antiga e os animais que já não têm mais aquele vigor. A reforma que visava devolver ao parque a vitalidade e a admiração dos visitantes foi interrompida e não tem prazo para recomeçar.
Em fevereiro deste ano, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), foi assinado entre a prefeitura e o Ministério Público para o início das obras de adequação do Parque. Na época, segundo o promotor, Luis Felipe Tegon, o cumprimento do Termo deixaria o zoo municipal em dia com a legislação, já que o parque é antigo.
O Ministério Público informou a Gazeta de São Paulo, que as obras foram barradas, devido à imprudência com os animais. “A irregularidade principal reside no fato de as obras estarem sendo realizadas sem a retirada dos animais, que poderiam ser prejudicados tanto pelo barulho, quanto pela movimentação”, informou O MP em nota.
Ainda segundo o MP, a prefeitura pode recorrer da decisão. “O GECAP, designado para atuar no caso, já esteve no local e está aguardando o laudo do IC. Além disso, já iniciou tratativas com a Prefeitura local, tendo sido agendado novo encontro para daqui a 15 dias”, finalizou o GECAP (Grupo Combate aos Crimes Ambientais e de Parcelamento irregular do Solo Urbano), que cuida do caso.
O vice-prefeito e secretário de Cultura Laércio Lopes, esteve no Fórum da Barra Funda em São Paulo, falou do encontro que teve com os promotores na terça-feira, dia 23. “Eles foram muito solícitos, não há nenhuma intervenção criminal, os promotores querem entrar em acordo em alguns pontos, como a transferência de alguns animais. O Instituto de Criminalística (IC) apresentou um laudo, a maioria dos itens está tudo ok. Nós temos alguns problemas pontuais, nunca escondi isso, como nos recintos e na área de veterinária que foi a mais abrangida no relatório”, informou Lopes.
Reforma
Até o momento, a única obra concluída foi um playground completo com novos brinquedos, e a colocação de grama sintética, no antigo terreno de chão batido. A obra foi entregue em maio.
Transferências
Desde o começo do ano, até julho, já foram transferidos a leoa Helga, quatro macacos-prego, quatro corujas-orelhudas, três corujas-buraqueiras, uma suindara, duas corujas do mato, um gavião-de-rabo-branco e três caracarás, todos estão na Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, interior de São Paulo. A ação foi uma parceria entre a reserva e a prefeitura de Taboão da Serra. Na época, o objetivo principal da mudança do habitat dos animais, que até então será provisória, era preservar a saúde dos animais durante as reformas que aconteciam no parque.