Movimentos de moradia chegam a acordo com prefeitura
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o MST de Taboão da Serra fizeram uma grande manifestação na última terça-feira, dia 19, no Centro de Taboão da Serra. A concentração começou na praça Nicola Vivilechio, por volta das 14 horas. Segundo a Guarda Civil Municipal (GCM), de 300 a 500 pessoas participaram do protesto.
O grupo seguiu em direção a Prefeitura de Taboão da Serra e no caminho fecharam parte da rodovia Régis Bittencourt, no sentido Curitiba. Os movimentos levaram uma pauta de reivindicações ao prefeito Fernando Fernandes, o ponto principal era que não houvesse interferência da prefeitura na destinação de dois novos conjuntos habitacionais que estão sendo construídos pelo Governo do Estado no Jd. Salete e Pq. Laguna.
Foto: Eduardo Toledo
Reunião entre os movimentos sociais e o prefeito Fernando Fernandes
“Queremos a garantia que o prefeito Fernando Fernandes não vai interferir na demanda de duas áreas, uma delas no Jardim Salete e também pedimos mais agilidade no cadastro único que possibilita o cadastro das famílias no Bolsa Família”, disse um dos líderes do Movimento, o ex-vereador Paulo Félix.
Apesar da manifestação que parou o Centro de Taboão da Serra, as negociações foram amistosas, o prefeito recebeu pessoalmente uma comissão e disse que irá atender as reivindicações dos dois movimentos. “São pedidos justos e tiramos uma carta de intenções, temos condições de atender a tudo”, garantiu Fernandes.
Paulo Félix disse que a reunião foi um momento histórico para os movimentos populares da cidade. “A reunião foi extremamente positiva. Saímos daqui com respostas concretas, com prazos, eu acho que foi muito diferente da outra reunião que nós tivemos, acho que foi um avanço. O movimento popular sai daqui satisfeitos com o que foi encaminhado junto com o prefeito”, disse.
A declaração de Cátia Coimbra, uma das coordenadoras do MST, ilustra o tom positivo da reunião. “Ele assinou o documento dizendo que vai cumprir as nossas reivindicações e hoje ele provou que o meu voto nele valeu a pena. Hoje ele me surpreendeu, dou minha mão a palmatória. Eu não acreditava nele, agora estou acreditando”, disse.
O prefeito Fernando Fernandes também classificou a reunião como positiva. “Foi um encontro que todos saíram felizes e vitoriosos. Eles [movimentos sociais] vieram com o espírito precavido e saíram com o espírito desarmado. Elaboramos um documento, com o devido amparo jurídico, vamos colocar em prática os nossos projetos”.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Manifestantes bloquearam a rodovia Régis Bittencourt durante protesto
Segundo Paulo Félix, ao lado do conjunto do Jd. Salete, onde existe um terreno de pequeno porte, será decretada outra área de Zeis. “Outra boa notícia é que dentro do conjunto do Salete, vai ser construída uma escola infantil e também temos um terreno de cinco mil metros quadrados que poderá ser destinado para outro equipamento público”.
Reivindicações
O ex-vereador Paulo Félix disse que entre as reivindicações atendem as aspirações dos movimentos. “Assinamos o documento que diz que a prefeitura não vai interferir nas demandas do Salete e Laguna, que era a nossa principal reivindicação. Também a prefeitura não vai mexer em áreas de Zeis sem consultar os movimentos e a população”.
A prefeitura também se comprometeu a fazer uma nova triagem para o Bolsa Aluguel, além do reajuste, que deve subir de R$ 300 para R$400, equiparando ao que e pago hoje pelo Governo do Estado.