Movimento pelo fim dos manicômios em Embu, acontece até dia 29
Elke Lopes Muniz
As atividades realizadas em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial reuniu no largo 21 de Abril, em 18/5, usuários, familiares e profissionais dos serviços de saúde mental no município. O programa do Mês Antimanicomial teve no dia, 20/5, uma Ação no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Vista Alegre / Igreja Santa Otília e, daí por diante, em outras unidades, até sexta-feira, dia 29.
No Dia Nacional da Luta Antimanicomial houve apresentações de dança, com os grupos Batucalata e do Centro de Convivência do Idoso (CCI), música, poesia, artes plásticas e oficina ao ar livre, comandada pelo pintor expressionista, Wanderley Ciuffi. Tônia do Embu, coordenadora do Memorial Sakai, ofereceu solidariedade lendo poesia (Auto do Cruzeiro) de Camila Trindade, dedicada a “todos que são loucos pela arte”. A artista Raquel Trindade também compareceu e parabenizou a equipe da Secretaria Municipal de Saúde pela realização do evento, feito anualmente sob a coordenação da Rede de Atenção Psicossocial.
O Governo Municipal, por meio da Secretaria de Saúde, atende mais de 7 mil pessoas, através da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial de Embu das Artes. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), Centro de Convivência e toda a Rede de Saúde Mental na Atenção Básica é referência no atendimento em saúde mental e tem recebido equipes de outros municípios para troca de experiências. Esse atendimento valoriza a autoestima, o lazer, o trabalho, o conhecimento cultural do usuário, sem exclusão social. Não há manicômio na cidade e o Governo compactua com o movimento pelo fim dos manicômios.
“Quanto mais inclusivo, menos adoecimento”, explica a psicóloga Kátia de Paiva, assessora de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde. Acrescenta que pessoas com sofrimento psíquico não devem ser isoladas, precisam viver em sociedade, com a família e, nos casos graves ou de crises, ter atendimento semelhante a qualquer outra. Ou seja, deve-se tratar as questões de saúde mental como qualquer outra questão de saúde, oferecendo um cuidado digno e preservando os direitos sociais dos cidadãos.
A primeira crise da filha do caseiro Daniel ocorreu aos 20 anos. Para ficar junto dela ele passou a frequentar o Conviver. Estava no encontro Antimanicomial, enquanto a filha trabalhava, e hoje participa de todos os eventos do Conviver. Dança e toca violão, que estuda no Núcleo de Cultura do Pirajuçara. “Eu também mudei. Não fazia nada disso antes”, diz.
Programa
26/5, terça-feira
9h – Ação no CRAS São Marcos
11h – Intervenção na sala de espera UBS São Marcos
13h – Ação no CRAS Pinheirinho
27/5, quarta-feira
14h – Porta Aberta: Música e Expressão, UBS Jd. Vista Alegre
28/5, quinta-feira
9h – Oficina em sala de espera na UBS Nossa Senhora de Fátima
29/5, sexta-feira
9h – Intervenção com trabalhadores na UBS Santo Eduardo
17h30 – Encerramento – Parque Rizzo (rua Alberto Giosa, 390), com Cine Parque Conviver: Exibição do filme ‘Intocáveis’ (2011). Após, debate com pipoca