Moradores fazem protesto contra morte de jovem de 15 anos em ação policial

“O que fizeram com o meu filho foi uma injustiça, uma covardia. Ele foi morto pelas costas, não era um vagabundo, trabalhava e estudava, apenas quero justiça”. Essas foram as palavras de Dona Hilda, mãe do adolescente E.H.F. que faleceu na madrugada de quarta-feira (24) em uma ação policial realizada na Rua das Camélias, no Jardim Flórida, Embu das Artes.

Revoltados com a morte do rapaz e com a prisão de Patrício Nascimento Damaceno, 23, cerca de 40 pessoas atearam fogo e apedrejaram dois ônibus da linha circular na Rua Luis de Queiroz, no Jardim Panorama em Taboão da Serra, bairro onde moravam os envolvidos.

Foto: Renata Gomes

Ônibus depredado e queimado na madrugada desta sexta-feira, no Jd. Panorama

A versão dos familiares e amigos da vítima é que o jovem estava na garupa da moto conduzida por Patrício e ao fazer uma curva caíram, neste momento o policial militar Cabo Rodrigo disparou um tiro nas costas do adolescente que foi levado para o Pronto Socorro Antena mas não resistiu e faleceu.

Já no boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Embu das Artes consta que os policiais estavam fazendo patrulhamento quando avistaram a motocicleta que acelerou tentando fugir da abordagem, jogaram para fora um pacote e depois caíram. Patrício permaneceu no chão enquanto o menor correu e atirou contra o Cabo Rodrigo que revidou e atingiu E.H.F. no abdômen. O pacote descrito pelo policial não foi encontrado.

O escrivão Rubens Custódio da Delegacia de Embu informou que as armas foram encaminhadas para a perícia e serão realizados exames de resíduos em todos os envolvidos no caso e o resultado será emitido em 30 dias. Patrício será transferido para o CDP de Itapecerica nesta sexta-feira (26).

Para uma amiga da vítima que não quer ser identificada a ação foi de injustiça e os moradores decidiram fazer o protesto para chamar a atenção e ter apoio da imprensa para cobrar que as investigações sejam realizadas. Os dois envolvidos não tinham passagem pela polícia e prestavam serviços de entrega para uma Pizzaria do Jardim Panorama.