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Moradores de Taboão da Serra reclamam dos pontos de ônibus

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Redação

31/03/2014 00:00
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Matheus Herbert e Nely Rossany

A Câmara de Taboão da Serra aprovou esta semana projeto que prevê a exploração de publicidade em pontos de ônibus da cidade. A ideia é que sejam instalados novos abrigos e os antigos passem por manutenção. O projeto ainda depende de sanção do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), mas nas ruas os passageiros já reconhecem a necessidade de uma mudança nas paradas dos ônibus há tempos.

A Gazeta visitou 34 pontos de ônibus em oito bairros diferentes e desses, 18 não tinham abrigo e dois nem sinalização. A pior situação encontrada pela reportagem foi em uma das principais avenidas da cidade, a Kizaemon Takeuti, no Pirajussara, onde a cada quatro pontos, três não têm cobertura. “É uma vergonha não ter sinalização e nem cobertura nos pontos, e os que ainda têm cobertura, estão quebrados, rachados e sujos”, desabafa a secretária Maria Silva, de 48 anos, moradora do Jardim Santa Cruz.

Usuários do transporte público reclamam da fala de abrigos adequados na cidade | Thiao Neme / Gazeta SP

Na Avenida José André de Moraes, no Jardim Monte Alegre, a situação é a mesma. Em toda a extensão da avenida, são dois pontos cobertos e os outros sinalizados apenas com o poste de madeira.  Em alguns casos, quando não existe nem o poste e nem a sinalização, os moradores criam as próprias paradas. “Como não tem sinalização, espero aqui mesmo, na porta da minha casa e o Circular sempre para”, explica a secretária escolar Patrícia Duarte, de 26 anos.

Em casos onde há a sinalização e o poste, não há proteção contra sol e chuva, como em frente ao posto de gasolina, na avenida José André de Moraes. “Isto é uma vergonha. Já teve dias que fui surpreendida pela chuva e cheguei no meu serviço ensopada. Pela quantidade de impostos que pagamos já deveria ter abrigo há muito tempo”, diz a enfermeira Patricia Lopes, 28 anos.

De acordo com o projeto, os pontos serão padronizados com uma nova aparência, de fácil identificação e as obras serão custeadas pelas empresas anunciantes. Para a dona de casa Elvaci de Jesus, de 34 anos, moradora do Parque Pinheiros, o projeto será bem-vindo. “Aqui está parecendo cidade do interior onde não tem ponto certo. Essa situação é um descaso com os moradores que ficam expostos a chuva e sol. Espero que o projeto seja aplicado e que chegue a todos os pontos da cidade”.

Para o secretário de Mobilidade Urbana e Transporte, Rinaldo Tacola, a parceria com as empresas pode esbarrar em algumas dificuldades. “Em São Paulo, existe a Lei Cidade Limpa que limita os espaços para a publicidade, então quando a prefeitura propõe o anúncio nos pontos de ônibus, é uma boa oportunidade para as empresas. Já em Taboão da Serra, existem outros tipos de mídia mais baratas e o empresário pode preferir um outdoor a custear um abrigo de ônibus e sua manutenção”, explica.

Quanto a situação precária dos pontos de ônibus, Tacola diz que a prefeitura está fazendo um levantamento de todos os marcos (postes de madeira) da cidade para realizar a manutenção e que está tentando pleitear junto a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) novos abrigos.

“É importante ressaltar que principalmente na periferia há muita dificuldade em se implantar os abrigos de ônibus, porque para isso, é necessário que as calçadas tenham pelo menos dois metros de largura para comportar o abrigo e preservar a passagem dos pedestres”. Ainda segundo o secretário, a prefeitura vai realizar outro estudo para verificar quais locais na periferia da cidade, têm as condições para receber os abrigos.

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