Moradores aguardam obras de pavimentação há dois anos
Nely Rossany, da Gazeta SP
Quando chove, muita lama e poças d’água e quando não chove, muita poeira. Há muitos anos essa tem sido a rotina de quem mora, trabalha ou simplesmente tem que passar pelas ruas do Jardim Três Marias em Taboão da Serra. A Prefeitura de Taboão da Serra chegou a iniciar em 2009, os serviços de infraestrutura no bairro, como drenagem e a construção de guias e sarjetas, mas passados dois anos, as ruas ainda estão sem asfalto e as obras estão paralisadas.
O bairro tem muitas fábricas e indústrias e os funcionários são obrigados a conviver com muita lama e água parada. “Há seis anos que a situação é a mesma. As empresas até compram e jogam pedras na rua para evitar tanto acúmulo de água, mas não adianta muito. Está chegando o verão e tenho medo até de pegar uma dengue”, relata Irene Ramos que trabalha na rua Antonio Antenor Nogueira.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Quando chove, se formam poças d’água que impedem a passagem de veículos
Nesta semana, a prefeitura abriu nova licitação para contratação de outra empresa e diz que até o final do ano as obras serão retomadas. Entre os serviços que devem ser realizados está a construção de galerias, colocação de guias e sarjetas e drenagem. O recurso para as obras é de R$ 2 milhões provindos do Governo Federal através de convênio com o Ministério das Cidades. De acordo com a prefeitura, já foram gastos cerca de R$ 500 mil, na infraestrutura de algumas ruas do bairro como a Miracatu,Iguape e João Meneguetti. “Eu lembro sim que fizeram algumas obras e colocaram as guias e sarjetas, mas depois nunca mais apareceram”, disse o morador do bairro Flávio Rodrigues, um dos poucos que se lembra das obras no local.
Obras interrompidas
Segundo o secretário de Obras e Infraestrutura, Ricardo Rezende, a paralisação dos serviços aconteceu durante a crise econômica de 2009, quando o Ministério suspendeu o repasse da verba e depois em 2010, no período das eleições. “Houve uma rescisão do contrato com a empresa que executava o serviço. Por conta da burocracia, não conseguimos retomar as obras antes. Mas dentro de um mês o processo de licitação já terá acabado e a obra será reprogramada”, afirma Rezende.
Enquanto as obras não são retomadas, os moradores convivem todos os dias com a dura realidade. “Se fossem só essas poças d’água estava bom, o ruim é quando chove muito e enche tudo”, reclama Maria Isabel. Mas há aqueles que não reclamam e se conformam. “É tanto tempo desse jeito que a situação já virou até motivo de piada, de vez em quando aparece uma placa em cima das ‘lagoas’ dizendo ‘é proibido pescar’”, conta Tatiana Gazzara.
Novo prazo
A prefeitura afirma que não tem como realizar as obras sem o recurso do Governo Federal. “Diferentemente da maioria das outras cidades, Taboão da Serra não cobra pelo asfalto, além dos impostos já existentes. Muitas cidades asfaltam as ruas e depois mandam a conta para o munícipe, como essa não é a nossa política, infelizmente não temos como realizar o trabalho sem as verbas previstas, nesse caso, do Governo Federal”, afirma o secretário de obras. Rezende diz ainda que o novo prazo para a conclusão das obras é de 180 dias, depois da finalização do processo licitatório.
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