Marcos Paulo conquista maioria e deve ser eleito presidente da Câmara
A acirrada disputa pela presidência da Câmara Municipal de Taboão da Serra ganhou contornos inimagináveis nesta quinta-feira, dia 4. O dia será lembrado para sempre na história política e mudará os rumos e o futuro da cidade. O vereador Marcos Paulo (Pros), com apoio da oposição, praticamente sacramentou sua vitória e irá, se nada mudar, presidir o Legislativo no biênio 2015-2016.
O dia 4 de dezembro promete ser o início de muitas mudanças na política taboanense. Em meio a diversos boatos, os vereadores passaram o dia entre reuniões e telefonemas e no início da madrugada ainda ecoavam as decisões que mudaram o cenário e promete abrir uma disputa muito mais feroz que culmina na reeleição do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) em outubro de 2016.
A notícia que afirmava que a data de votação, conforme antecipou o Portal O Taboanense, seria adiada para o dia 16, causou enorme movimentação entre os vereadores. O grupo que apoia o vereador Marcos Paulo agiu rápido e convocou uma coletiva de imprensa para anunciar os sete votos necessários para elegê-lo. O apoio dos três vereadores de oposição, Professor Moreira (PT), Luis Lune (PCdoB) e Luzia Aprígio (PSB), não foi aceito pelo prefeito Fernando Fernandes e pelos outros vereadores da base governista.
A coletiva realizada na casa de Marcos Paulo reuniu os vereadores Ronaldo Onishi (Solidariedade), Cido (DEM), Érica Franquini (PSDB), Professor Moreira (PT), Luis Lune (PCdoB) e Luzia Aprígio (PSB). Os sete votos, a maioria numérica da Câmara Municipal, estava ali, reunida e firme em apoio a eleição da nova mesa diretora.
Em pouco mais de uma hora de entrevista, os vereadores do “Grupo dos 7”, como fazem questão de reforçar, responderam a diversas perguntas e dos jornalistas presentes. A todo o momento, Marcos Paulo e os vereadores da base do governo salientaram que a união com a oposição é estritamente para a eleição interna, e não ideológica.
A mesa, porém, não irá contar com vereadores da oposição. Além de Marcos Paulo, farão parte da mesa diretora a vereadora Érica Franquini (vice), Cido (primeiro-secretário) e Ronaldo Onishi (segundo-secretário). "Aqui não está se formando uma mesa de oposição. Aqui está se formando uma mesa para se administrar o Legislativo”, afirmou Cido.
Para o vereador Marcos Paulo, a busca pelos votos da oposição é válida porque os outros candidatos também procuraram captar. “É uma questão interna da casa, todos buscaram o convencimento da oposição. Quero reafirmar, todos os candidatos procuraram eles [oposição], fizeram propostas e falaram quais eram o projeto daquela mesa para o próximo biênio e nós também falamos quais eram os nossos projetos para a Casa e chegamos ao convencimento”.
A vereadora Érica Franquini (PSDB) justificou seu apoio ao grupo dizendo que a escolha foi pessoal. “Foi uma decisão de vereador, não de partido. Eu já fui expulsa de um partido [PDT], para ser expulsa de outro é um, dois. Eu resolvi compor porque esses vereadores daqui tem palavra, estão preocupados com o povo. Eu tenho certeza do meu voto, não vou voltar atrás”
O vereador Cido lembrou que o voto dele “não tem volta” porque ele acredita na capacidade de Marcos Paulo para presidir a Câmara de Taboão da Serra. “É uma mesa que vai buscar justamente esse entendimento do Legislativo junto ao governo para melhorar a cidade. É bem claro que nós [Marcos Paulo, Érica e Onishi] sempre estivemos juntos, tivemos alguns problemas nos últimos dias, mas acredito que os problemas muitas vezes vêm para nos fortalecer”.
Marcos Paulo insistiu que o fechamento com os vereadores de oposição foi natural e não “quebrou” nenhum das regras da eleição. “Isso é uma decisão interna, sempre se polemizou por alguns vereadores a situação de situação e oposição. Ninguém está fazendo nada contra o governo, estamos contrariando o desejo de outros candidatos, mas é uma questão interna da casa. A questão [da] relação ‘governo/oposição’ vai continuar no seu curso normal”.
O petista, Professor Moreira, disse que vereadores do outro grupo, como André Egydio, Marco Porta, Eduardo Nóbrega, além de “emissários” da vereadora Joice Silva também o procuraram. “Fui verificando qual a melhor proposta, eu estava afastado das conversas, até porque entendia que o prefeito iria tomar a decisão junto com os vereadores. Mas quando eles [grupo do Marcos Paulo] viram que os outros estavam procurando a oposição, que o jogo estava aberto, e que podiam buscar votos na oposição”, afirmou.
Para Ronaldo Onishi, a mesa virtualmente eleita, irá realizar uma gestão voltada para o legislativo. “Nós queremos fazer uma Câmara para os vereadores, essa é que sempre foi a intenção dessa mesa. Nossa gestão será em prol dos vereadores e eles serão [o outro grupo], no caso, também ouvidos. A composição ela sempre será buscada, com o tempo as coisas acabam se assentando, temos como fazer uma grande gestão”.
Retaliações
Durante a tarde desta quarta-feira, uma informação, que não havia sido confirmada, dava conta que diversos cargos de pessoas ligadas a vereadora Érica Franquini haviam sido exonerados como forma de retaliação. Érica negou a informação, disse que “não tem cargos na prefeitura, os cargos são do prefeito”.
“Esses dois anos foram uma escola para mim, tudo o que eu tenho passado. Não tenho medo de retaliação, não tenho medo de ameaça e faço coro com o que meus pares falou, só Deus muda o meu voto. Eu tenho certeza que Deus não vai mudar porque minha mãe é evangélica, eu sou do berço evangélico e todas as decisões que a gente toma primeiro a gente procura a decisão de Deus. E eu não tenho medo de nada”, garantiu Érica.
Marcos Paulo afirmou que não acredita em retaliações por causa da eleição da mesa. “Eu sou governo, ninguém vai votar contra o prefeito. Desconheço essa informação, e se for verdade, buscaremos o entendimento. Quando a política cessar as conversações, não se tem mais política. A política é o covencimento e temos que mostrar que aqui não é nada contra o governo. Aqui, nenhum de nós, nunca se fez política de segregação na Câmara. Nós somos vereadores eleitos e somos base”.