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Mandado de Segurança do TSE garante diplomação de Ney Santos e Dr. Peter

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Redação

13/01/2017 00:00
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O Tribunal Superior Eleitoral concedeu na tarde desta quinta-feira, dia 12, um mandato de segurança para que o prefeito eleito de Embu das Artes, Ney Santos, e seu vice, Dr. Peter Calderoni, sejam diplomados. O município vice um imbróglio jurídico desde que a prisão de Santos foi decretada pela justiça, por suposto envolvimento com o crime organizado e lavagem de dinheiro.

Leia a decisão do TSE na íntegra

Ney Santos continua foragido, mas a decisão do TSE sem dúvida é uma vitória importante para o prefeito eleito, que agora irá buscar um relaxamento do pedido de prisão para poder assumir o cargo, que garante foro privilegiado, ou seja, ele só poderá ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado.

Dr. Peter e Ney Santos durante campanha eleitoral em Embu das Artes | Reprodução / Facebook Ney Santos

No dia 1º de janeiro, tomaram posse apenas os vereadores de Embu das Artes e Hugo Prado, que foi eleito presidente da Câmara Municipal, assumiu interinamente a prefeitura. Com o mandato de segurança do TSE, Dr. Peter assumirá o cargo e Prado voltará ao legislativo, onde irá comandar a Casa de Leis.

A decisão do TSE foi amplamente comemorada pelos apoiadores de Ney Santos. Nas redes sociais, diversas pessoas se manifestaram, até mesmo o secretário de Gestão de Tecnologia e Comunicação, Jones Donizetti, participou ao lado do assessor Renato Oliveira, em uma live pelo Facebook, onde leram toda as 13 páginas da publicação do TSE.

O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, em sua decisão, disse que em casos como o de Embu “deve-se resguardar o resultado eleitoral obtido nas urnas, não sendo o caso de descartá-lo em antes se produzir, mediante atividade probatória inteiramente desimpedida, acervo que demonstre a efetiva ocorrência dos fatos tidos como indignos, bem como a sua autoria, sob pena de ofensa à segurança jurídica, ao contraditório, à ampla defesa e ao princípio democrático eleitoral”.

Maia Filho ainda citou a vontade popular, que elegeu Ney Santos com quase 80% dos votos válidos. “A interpretação das normas de Direito Eleitoral deve ser conduzida no sentido de preservar; ao máximo possível, a expressão da vontade popular por meio das urnas, evitando-se compreendê-Ias como se fossem regras sancionatórias, ao invés de regras disciplinadoras do processo eletivo eleitoral, sem o qual não se pode sequer cogitar de investiduras políticas segundo o modelo democrático representativo”.

Entenda o caso

As acusações contra Ney Santos foram feitas inicialmente em 2010. A justiça o acusa de ter ligações com uma facção criminosa e praticar lavagem de dinheiro para criminosos através de postos de combustível. O processo criminal se arrasta por mais de sete anos. A defesa de Santos afirma que nesse período não surgiu nenhum fato novo que justifique o seu pedido de prisão.

Após ser eleito em outubro, com larga vantagem contra seus adversários, Ney Santos foi surpreendido no dia 9 de dezembro após a deflagração da primeira fase da Operação Xibalba no município, que teve o cumprimento de 63 mandados judiciais, sendo 49 para busca e apreensão e 14 mandados de prisão preventiva. O MP contou com participação de 32 Promotores de Justiça e 200 policiais da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo. Sete pessoas já foram presas.

Na ocasião, o advogado Joel de Matos Pereira disse que a operação tinha cunho “político”, uma vez que acontece às vésperas da diplomação dos eleitos, que será dia 19. “Ele não fugiu da operação […] não existe nenhuma novidade nesse processo. Já foi pedida a prisão do Ney em 2010 por conta desse processo e ele não foi preso […] O que causa estranheza, e que de novo às vésperas da diplomação, tome-se essas medidas de busca e apreensão, de mandados de prisão, a nosso ver que extrapola o que a gente julga ser razoável […] Qual a justificativa, a não ser a justificativa política de você, na véspera da diplomação trazer à tona esse fato”, disparou.

No dia 16 de dezembro a justiça suspendeu a diplomação de Ney Santos, alegando que o dinheiro usado na campanha que elegeu sua chapa era oriundo do crime organizado. Dr. Peter também acabou penalizado por ter sido eleito na chapa vencedora. Com a decisão, o cargo de prefeito ficou “livre”, sendo ocupado por Hugo Prado, eleito presidente da Câmara Municipal no último dia 1º de janeiro.

 

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