EM ALTA
Home

Mais sete PMs são presos sob suspeita de fazerem parte de grupo de extermínio

4 min de leitura
Foto do autor

Redação

26/01/2009 00:00
• Siga o Portal O Taboanense no Instagram, no Youtube e no X e fique por dentro de tudo que acontece na nossa cidade
A justiça determinou nesta sexta-feira, dia 23, a prisão temporaria de mais sete policiais militares suspeitos de integrarem um grupo de extermínio que agia na região e matou pelo menos quatro pessoas em Itapecerica da Serra. O bando, que ficou conhecido como “Higlanders”, cortava a cabeça e os membros das vítimas para dificultar o reconhecimento dos corpos. Ao todo, 11 PMs estão detidos por susposto envolvimento nos casos de homícidio.
 
Os policiais, pertencentes ao 37º Batalhão de Policiamento Metropolitano(BPM/M), prestaram depoimento na seccional de Taboão da Serra, que investiga o caso. Os sete policiais foram foi transferido para o presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, na zona norte da cidade de São Paulo.
 
A Polícia Civil chegou ao restante dos suposto grupo de extermínio após interrogar, na cadeia, os quatro PMs do grupo que já estavam presos desde o último dia 13. Eles teriam entregado aos investigadores os nomes de cinco PMs que integrariam o "Highlanders":
 
As investigações começaram em maio de 2008 depois que quatro cadáveres apareceram decapitados em Itapecerica. Segundo investigações da Seccional, os corpos eram deixados na cidade para não aumentar o índice de criminalidade da capital. A Polícia Civil de também descobriu que o grupo se autodenominava de "Equipe Ideal", por ser composto por policiais que têm em comum o desejo de executar "criminosos".  
 
Segundo Eliana Passarelli, promotora do Ministério Público Militar que cuida do caso, a intenção é dificultar o reconhecimento do corpo por familiares. “Eles fazem isso para dificultar a identificação. A prisão deles já poderia ter sido pedida três meses atrás, mas tivemos de esperar o resultado do DNA da vítima, o que sempre demora. Familiares e testemunhas já tinham reconhecido o corpo, por causa da roupa e outras marcas, mas foi necessário o DNA”, explicou ao Portal G1.
 
A polícia investiga pelo menos outros três crimes que aconteceram nos últimos seis meses. O modo como as mortes acontecem são idênticos: após serem mortos a tiros, as vítimas tiveram suas cabeças e membros arrancadas com um machado. O primeiro corpo apareceu no dia 11 de abril. Em maio, houve registro de mais dois casos. Nos dias 9 e 22 de outubro mais duas pessoas assassinadas foram encontradas no mesmo terreno.
 
Ao lado dos primeiros corpos encontrados pela Polícia Civil estavam objetos usados em rituais de magia negra, mas os policiais acreditam que essa tática foi usada pelos assassinos apenas para desviar o foco da investigação.
 
Das quatro vítimas, apenas uma foi identificada e é exatamente por esse homicídio que os policiais militares estão sendo acusados. Antonio Carlos da Silva Alves, de 31 anos, portador de problemas mentais, foi reconhecido pela família através de uma tatuagem dois dias depois de seu desaparecimento. Antonio foi visto pela última vez no Jd. Ângela, Zona Sul da capital.
 
O outro lado
 
Para o advogado de defesa dos policiais, as denúncias não são verdadeiras e os policiais são inocentes. “Essa equipe é uma equipe atuante. Eles combatem o tráfico de entorpecentes, mas não houve nenhuma apreensão de qualquer pessoa. Nenhuma pessoa adentrou a viatura policial”, disse José Miguel da Silva Júnior, na época das denúncias.
 
Após a prisão de seus clientes, o advogado de defesa disse estar surpreso com a prisão. “Eles são inocentes. A gente vem acompanhando o inquérito e não há subsídios para a prisão, que é desnecessária, já que eles trabalham e têm endereço fixo”, disse. Ele afirmou que entrará com um pedido de habeas corpus para que seus clientes respondam em liberdade.

Notícias relacionadas