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Lei seca, burra e inócua

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Redação

12/03/2008 00:00
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A polêmica decisão do Governo Federal de proibir a venda de bebidas alcoólicas nas margens das rodovias federais atingiu em cheio o comércio de Taboão da Serra e região. As previsões mais otimistas prevêem a demissão de 600 trabalhadores, as mais pessimistas falam em mil demissões.
 
A verdade é que a proibição da venda de bebidas alcoólicas em todo o Brasil não teve o mesmo impacto que em Taboão da Serra. A geografia da cidade, cortada de ponta a ponta pela Régis Bittencourt, favorece os "efeitos colaterais" da medida implantada pelo Governo Federal.
 
Taboão da Serra é uma cidade atípica. Com uma das maiores taxas de urbanização do país e um dos maiores adensamentos populacionais do Estado, o município de apenas 20,5 quilômetros quadrados cresceu as margens da Régis Bittencourt. Grande parte do comércio da cidade está com suas portas viradas para a rodovia.
 
Em Taboão da Serra a Régis Bittencourt não deveria mais ser considerada uma rodovia. As mudanças ocorridas nos últimos anos aliadas ao crescimento da cidade já tornaram, há muito tempo, a rodovia em uma grande avenida que corta todo o nosso perímetro urbano. Talvez tenha faltado vontade política, ou competências das autoridades, para conseguir a municipalização do trecho taboanense, já que boa parte da manutenção já é realizada pela prefeitura há anos.
 
Longe de querer fazer apologia ao consumo do álcool, mas a medida do Governo Federal é inócua e tenta jogar unicamente a responsabilidade do problema para os comerciantes, quando na verdade seria importante aumentar a fiscalização nas rodovias para punir e prender os motoristas que dirigem bêbados.
 
Não é errado afirmar que quem quer beber vai beber com a proibição ou não. Não existe diferença entre o motorista que toma um chope na La Ville e o que toma uma pinga em algum bar da avenida Getúlio Vargas, por exemplo. A distância entre os dois comércios é menos do que 300 metros, mas a punição que a medida traz consigo é muito maior, causando demissões, queda na arrecadação de impostos e até mesmo no fechamento de alguns estabelecimentos comerciais.

Vale ressaltar que toda e qualquer tentativa de diminuir os acidentes nas rodovias é válida e merece nossos aplausos, mas chega a ser inadmissível a punição para o comerciante e para os funcionários que não têm nada haver com toda essa história. Procurar ajustar a medida para as cidades que se encontram em condições como Taboão da Serra seria um ato louvável do Governo Lula.


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