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Lei dificulta ainda mais destino do lixo em Taboão da Serra

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Redação

09/12/2011 00:00
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Nely Rossany

Nesta semana, a Prefeitura de Taboão da Serra abriu edital convocando empresas a apresentarem projetos e propostas de gestão de resíduos para o tratamento e destinação adequada do lixo. Em entrevista a Gazeta SP, o secretário de Obras e Infraestrutura, Ricardo Rezende, explicou que a ação faz parte da preparação da cidade para se adequar a Lei Federal de Resíduos Sólidos que exige que os municípios deverão tratar seus resíduos e não utilizar mais os aterros sanitários até 2014.

Segundo o Projeto de Resíduos Sólidos da Prefeitura, a cidade produz 6 mil toneladas de lixo doméstico e 12 mil toneladas de lixo proveniente da construção civil por mês. O lixo doméstico coletado é encaminhado à cidade de Caieiras, há cerca de 40 km, fazendo com que os custos da coleta de lixo na cidade sejam bastante elevados. O valor pago no aterro de Caieiras gira em torno de R$ 70 a tonelada, sem contar o  transporte e o serviço de coleta de lixo. 

Foto: Eduardo Toledo

Caminhão da Viva Ambiental coleta lixo no Pq. Laguna, em Taboão da Serra

O município paga para empresa contratada para coletar o lixo R$ 2,5 milhões por mês. Se juntarmos com o valor do transporte e da utilização do aterro, o montante chega a quase R$ 3 milhões. Para se ter uma ideia, o que é arrecado com a taxa de lixo fica em torno de R$ 800 mil por mês. Nem o valor do IPTU, que teve arrecadação de R$ 28,7 milhões só até o mês de setembro, é suficiente para custear todos os gastos com o lixo na cidade. 

E além do aterro não ser a alternativa mais barata, também não é a mais correta em relação aos impactos ambientais. O secretário de Obras diz que a tendência é haver uma redução na quantidade de resíduos produzidos e que o ideal seria levar para os aterros somente os material que não tem como ser reaproveitado.  “Em toda a região metropolitana, com uma população de 22 milhões de habitantes existem cerca de quatro aterros em funcionamento. A conseqüência é que os aterros estão cada vez mais distantes e o custo cada vez mais caro, porque não tem mais espaço para colocar tanto resíduo”, ressalta Rezende.

Uma das propostas que a Prefeitura estuda é ter uma estação de tratamento de lixo na cidade. “Em toda região, só Taboão da Serra está fora da área de manancial então poderíamos abrigar aqui uma estação para o lixo ser tratado antes de ir para o aterro, para aos poucos até 2014 reduzirmos a quantidade de resíduos” diz Ricardo Rezende que acrescenta “vamos estudar as propostas que chegarem e assim que encontrada uma solução adequada abriremos uma licitação para contratar o serviço”.

Coleta Seletiva

Cerca de 70% do lixo produzido pelos taboanenses não é reciclável, apontou o estudo realizado pela Secretaria de Obras. De acordo com o secretário, isso mostra que a população já está aderindo a separação do lixo e a reciclagem. “Já existe a coleta seletiva porta a porta em quatro bairros e vamos ampliar isso. Mas as pessoas estão sim mais conscientes e naqueles bairros onde ainda não há o caminhão da coleta passando, os moradores buscam os pontos de entrega e encaminham o material para a reciclagem”.

Entulho

Outro gargalo quando o tema é lixo, são os resíduos provenientes da construção civil. O entulho é muitas vezes descartado irregularmente sem destinação adequada, sendo que poderia também ser reaproveitado. “Seria ideal se tivéssemos centrais para recolher o entulho de maneira que ele possa ser reaproveitado em outras obras e isso já foi provado que é uma solução possível”.

 

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