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Golpista que matou mecânico em Taboão da Serra é preso 13 anos depois
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Um crime ocorrido no dia 25 de fevereiro de 1995, no Jd. Record, periferia da cidade, foi solucionado nesta semana e ganhou destaque no Fantástico, da Rede Globo, neste domingo, dia 16. Depois de 13 anos, José Montes Limarino, acusado de ter matado o mecânico Ismael Evangelista e ter queimado o seu corpo dentro do seu próprio carro, foi preso em Campinas, onde trabalhava em um escritório de cobranças.
José Limarino é acusado de ter dado o golpe do seguro e para que seu plano fosse bem sucedido ele teria matado e queimado o corpo do mecânico como se ele próprio tivesse sido assassinado. Na época, Limarino tinha um seguro de vida no valor de R$ 20 mil, em valores de hoje algo em torno de R$ 65 mil.
Foto: Reprodução | Rede Globo |
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O promotor Romeu Galiano: investigação bem-sucedida |
Porém um detalhe chamou a atenção do Ministério Público. Junto do corpo, completamente carbonizado, estava o RG de Limariano, praticamente intacto. “O encontro de um RG, com a foto bem legível, em um carro totalmente queimado levava a policia a crer que alguém tinha interesse na identificação daquele corpo”, afirmou ao Fantástico o promotor de Justiça Romeu Galiano Júnior.
No mesmo dia do crime, a Delegacia de Taboão da Serra registrou uma queixa de desaparecimento. Maria do Carmo Evangelista procurou a polícia para registrar o sumiço do marido, o mecânico Ismael Evangelista. Tanto Limariano quanto Evangelista tinham mais ou menos a mesma idade, o mesmo peso e a mesma altura.
A polícia começou a cruzar as informações e descobriu que um mês antes da suposta morte de Limarino ele tinha quitado todas as parcelas do seguro, fato que chamou mais ainda a atenção da investigação. Tudo indicava que Limarino tinha assassinado uma pessoa com as mesmas características físicas para simular a própria morte.
Foto: Reprodução | Rede Globo |
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José Limarino: preso por homicídio cometido há 13 anos |
Porém, o Ministério Público não tinha como provar que o corpo carbonizado no porta-malas do Passat era mesmo de Ismael e que o crime era motivado pelo recebimento do seguro. “Os órgãos oficiais de perícia nos informavam que não havia tecnologia pro exame de DNA que se necessitava nesse caso, em razão da idade da ossada e das condições de conservação”, conta o promotor Romeu Galiano.
Na época o Ministério Público resolveu preservar a ossada para esperar pelo avanço da medicina. E 13 anos depois um laboratório de Paulínia, no Interior de São Paulo, realizou o exame de DNA e comprovou que os ossos pertenciam mesmo ao mecânico Ismael Evangelista.
“Conclui-se sem a menor sombra de dúvidas que o cadáver encontrado queimado dentro daquele veículo era de uma pessoa inocente”, afirmou ao Fantástico o promotor de Justiça Romeu Galiano Júnior.
Fuga
Após o crime, Limariano fugiu para o Mato Grosso, onde ficou escondido por diversos anos. A seguradora bloqueou o pagamento porque as investigações do Ministério Público não estavam concluídas.
Ao ser preso na semana passada, em Campinas, onde morava com a família e usava o seu nome verdadeiro, Limariano confessou o crime, disse que esperava que fosse pego. “Pensei em matar. E fui junto para matar. Já tinha gasolina dentro do carro também. Tudo premeditado. Pretendia fazer alguma coisa com o seguro”, reconheceu o assassino que pode pegar até 30 anos de prisão.