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Farmácias da região se adaptam a nova lei da Anvisa

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Redação

21/02/2010 00:00
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Desde a última quinta-feira, dia 18, a Anvisa – Agência nacional de Vigilância Sanitária, baixou uma resolução que determina que remédios, como analgésicos e antigripais, devem ficar atrás do balcão, apenas fitoterápicos (remédios à base de plantas e ervas), itens de perfumaria e alimentos funcionais podem ficar expostos em gôndolas.
A justificativa da Anvisa é que a farmácia é um estabelecimento de saúde e que os medicamentos devem ser vendidos mediante informação e orientação, o que não acontece se eles estiverem disponíveis nas prateleiras mesmo que tal produto seja isento de prescrição médica desta maneira pode se evitar a automedicação e a intoxicação. A resolução foi publicada em agosto de 2009, e foi estabelecido um prazo de seis meses para o setor farmacêutico se adaptar às regras.

Foto: Rose Santana

Laércio Lopes, presidente da Febrafar, é contra a medida da Anvisa

Mas a resolução causa grandes polêmicas, muitos farmacêuticos não concordam com essa justificativa, eles acreditam que existem fatores mais graves e importantes do que este para corrigirem. Mesmo assim, farmácias de Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, São Lourenço, Juquitiba e Embu-Guaçu já estão se adaptando a nova determinação da Anvisa.

“Não acredito que um cliente entre em uma farmácia para comprar um remédio sem estar com nenhuma patologia. Se ele vier aqui para somente comprar tintas para cabelo e isso que ele vai levar”, diz Laércio Lopes da Farma & Cia do Parque Pirajuçara em Embu, ele que deixa bem claro que é contra essa resolução.

O farmacêutico Laércio é diretor da Febrafar – Federação Brasileira de Farmácia, que representa mais de 3.500 farmácias e é presidente da rede Farma & Cia. Para ele essa nova norma vai gerar custos, mais contratações.

“Somos taxados demais pela Anvisa e pelo Governo, o medicamento é tabelado, isso vai gerar mais custos, eles dizem que farmácia não é supermercado, mas eu digo que supermercado também não é farmácia, precisamos de lucros para sobreviver fica difícil se tivermos mais gastos com contratações”, esclarece o presidente da Febrafar.

A Febrafar conseguiu uma liminar que permite que exponham os medicamentos em gôndolas do lado de fora do balcão, mas preferiu cumprir a resolução e já adaptou todas das lojas da rede Farma e Cia. “Nossos advogados da Lancaster Advogados conseguiram uma liminar que nos isenta dessa obrigação, mas preferi cumprir a Lei até que tudo se resolva”, comenta Laércio.

Para ele a Agência deveria ficar atenta às pessoas que vendem medicamentos em barracas nas ruas do centro da cidade de São Paulo. Medicamentos abortivos e para impotência sexual são os mais comuns vendidos por camelôs, e que isso sim, deveria ser visto com grande preocupação pela Anvisa, não quem já está regulamentado.
“Nós já somos regulados por muitas normas e leis, pagamos impostos, essa nova norma vai gerar mais custos, os clientes vão perder muito tempo para comprar medicamentos que são liberados no mundo todo. Eles impõem regras, não sentam para conversar, isso é um absurdo. Enquanto isso camelôs vendem remédios à luz do dia no Centro de São Paulo”, comenta Lopes.

A Drogaria São Paulo em posse da liminar não modificou e exposição dos medicamentos. “É muito mais prático, os clientes tem mais liberdades para pesquisar o medicamento que interessa a ele, pode verificar o preso. A comodidade é muito grande”, relata Cleide, gerente da Drogaria São Paulo do Pirajuçara.

A polêmica está estabelecida, o gerente da Farma Polo do Pirajuçara, Silvio, não vê problema nenhum em cumprir a resolução. “Somos a favor, com os medicamentos expostos o cliente pode ficar meio perdido sem saber o que levar, estando do lado de dentro do balão os funcionários podem explicar melhor para que serve o medicamento”, explica. A resolução diz que os medicamentos não podem ficar fora do balcão, mas em cima dele pode.

“Isso é achar que o cliente é bobo, achei essa resolução horrível, quer dizer que se eu quiser comprar um antigripal vou ter que ir até o atendente, pra que? Sei muito bem o que quero, quando tenho dúvidas ai sim, vou lá e pergunto. E qual a diferença se o medicamento está fora ou em cima do balcão? Não vejo nenhuma”, diz Márcia P. Santos cliente.

Se essa resolução causa divisão entre os proprietários de farmácias, parece que entre os consumidores não, eles acreditam que essa resolução não acrescenta nada, apenas atrapalha.

“Muitas vezes a farmácia está lotada, vou ter que enfrentar fila para comprar um analgésico? Isso é um absurdo”, fala Paulo, consumidor, “só vou ao médico se estou doente, o mesmo acontece com remédios, só vou comprar se realmente estiver precisando, não acredito que alguém vá até uma farmácia escolher um vidro ou uma cartela de remédio sem nenhuma necessidade, mesmo porque, gastar dinheiro com remédio só precisando mesmo. Esses caras pensam que somos burros”, completa.

Os estabelecimentos que descumprirem a norma poderão pagar multas de até R$ 1,5 milhão.

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