Ex-secretário de finanças depõe e complica defesa
Rosana Maciel, que foi secretária de Finanças por apenas três dias, após a prisão do secretário Roberto Valadão, voltando para seu antigo cargo na Contabilidade, afirmou que seu setor ainda não passou pelo recadastramento de senhas e também não assinou o termo de responsabilidade, contradizendo o que foi dito, que todas as senhas haviam sido recadastradas. “Não sei dizer se ainda vão fazer no nosso sistema [contabilidade]”, disse.
Foto: Eduardo Toledo
O ex-secretário Edmílson Ricci, autor de diversas denúncias contra membros do governo
Rosana também informou que após a descoberta das fraudes, o então secretário de Finanças, Maruzan Corado, determinou que fosse colocado um domínio e cadastrasse o IP de todas as máquinas, para evitar “possíveis fraudes”.
Informou que seu trabalho se restringe apenas a contabilidade, não tendo acesso ao setor da Dívida Ativa. Segundo a testemunha, nos meses de janeiro e fevereiro de 2011, houve divergência de valores nos relatórios. A Conam, Consultoria em Administração Municipal, foi informada e disse que iria verificar.
Ainda segundo Rosana, a resposta da Conam foi que, o problema não era no sistema. E alguns dias depois aconteceu a prisão do Márcio Carra.
Depoimento do ex-secretário de Finanças Edmilson Alves Ricci
Antes de iniciar o depoimento de Edmilson Alves Ricci, que foi secretário de Finanças em Taboão da Serra, por um mês e meio em 2005, os advogados dos réus: Turíbio, Tereza Leticia, Luiz Antônio, Roberto Valadão, Acileide e Arnaldo, pediram que fosse suspensa a oitiva da testemunha, por que, segundo os advogados, ele teria uma relação de inimizade com os respectivos réus e isso poderia interferir em seu depoimento. O pedido não foi aceito pela juíza Flávia Castellar Olivério.
Edmilson Ricci falou em seu depoimento, que o prefeito Evilásio Farias, sabia que o sistema Conam era frágil, que houve uma fraude no sistema no início de 2005, que o senhor Turíbio (enquanto era funcionário) tinha acesso a senha com status das utilizadas por secretários, e que após ser exonerado, ainda utilizava as dependências e computador do setor. “Não sei o que ele fazia”, disse.
De acordo com Ricci, o ex- secretário de Governo, Luiz Antônio de Lima, exigiu que todos os cheques de pagamento dos fornecedores fossem assinados por ele, exigência, essa que teve o aval do prefeito. “Luiz Antônio é meu homem de confiança, se ele pediu eu gostaria que você fizesse”, Ricci relatou o que ouviu do prefeito na ocasião.
Algum tempo depois, segundo Ricci, ele descobriu que o secretário de Governo Luiz Antônio, antes de fazer os pagamentos aos fornecedores, pedia 20% do valor. Fato que também chegou ao conhecimento do prefeito.
Ricci falou que o sistema Conam não era confiável, era falho e sugeriu ao prefeito que não renovasse o contrato. “Aconteceram alterações às 4h, 5h da manhã”, disse. E segundo ele, nesse horário não havia ninguém no setor.
“Qualquer um pode entrar no servidor e fazer mudanças”. “Todo o sistema de IPTU e Dívida Ativa não era seguro”, concluiu. Edmilson Ricci relatou o setor de Dívida Ativa é muito cobiçado. “São valores muito altos que não conta como receita, qualquer desvio não é contado na prefeitura”, disse.