Espaço Cultura Encena recebe em março espetáculo Leonor
Nely Rossany
O Espaço Cultural Encena, na Vila Sônia, zona oeste da Capital, está com a peça “Leonor, os olhos verdes do ciúme, em cartaz. A obra de Gonçalves Dias, é considerada um clássico do romantismo brasileiro. Um drama que aborda sentimentos como paixão, poder, orgulho, ciúme e vingança. Com direção de Orias Elias, que também atua no espetáculo, a montagem é encenada pela Cia de Teatro Encena e reúne seis atores no elenco. As apresentações acontecem aos sábados, às 20h30. A entrada é gratuita.
De acordo com o diretor Orias Elias, o interesse pela peça nasceu após um ciclo de leituras. “O que nos chamou atenção foi o tratamento dado a sentimentos que sempre permeiam a alma humana. Por isso, o texto está inteiramente ligado à nossa linha de trabalho, que consiste em pesquisar as influências do meio sobre o homem”, afirma Elias.
Na história, Leonor de Mendonça, filha de nobre família de Espanha, ainda criança, é prometida ao nobre português D. Jaime, o poderoso Duque de Bragança. Anos depois, este casamento de conveniência tem sua estrutura violentamente abalada quando um jovem criado da corte de D. Jaime, Antônio Alcoforado, apaixona-se perdidamente pela patroa.
Ainda que, aparentemente, a paixão não seja correspondida pela Duquesa, uma série de fatalidades desperta no marido atrozes dúvidas sobre a fidelidade da esposa, encaminhando a história para tortuosos e inesperados rumos.
“Partimos para uma pesquisa que abrangeu não apenas o universo do autor, mas também o contexto social da época e o romantismo brasileiro. O texto, sombrio e desesperado, exige, a nosso ver, simplicidade e ritmo. Procurei então, trazê-lo para um universo mais inteligível ao público de hoje, sem perder a referência de uma peça de época com toda a sua pompa”, finaliza Orias.
Gonçalves Dias. Antônio Gonçalves Dias nasceu no ano de 1823 em Caxias, no Maranhão, e faleceu em 1864 em um naufrágio, no baixio dos Atins, nas costas do Maranhão. Filho bastardo de um comerciante português e uma mestiça, estudou direito em Coimbra, onde liga-se ao grupo dos poetas chamado de "medievalistas". Retorna ao Brasil em 1945. Clássico na forma e no estilo, por formação literária, foi, por índole, o poeta das tradições e da alma popular brasileira
. Pertenceu à primeira geração do Romantismo Brasileiro. Delicado e melancólico, criou o indianismo romântico, impondo-se como uma das maiores figuras da nossa literatura. É considerado o mais maduro dos românticos brasileiros, o nosso maior poeta romântico. Seus versos encerram eloqüência, lirismo, grandiosidade e harmonia. Escreveu, entre outras obras, Primeiros Cantos, Segundos Cantos, Últimos Cantos, Sextilhas de Frei Antão, I-Juca Pirama, Dicionário da Língua Tupi, Os Timbiras e os dramas Beatriz Cenci, Leonor de Mendonça, Boabdil e Patkul.
A Cia de Teatro Encena. Fundada em 1997, tem sua sede na Zona Oeste, O Espaço Cultural Encena. Completa neste ano de 2017 dezenove anos de existência, tendo produzido 22 espetáculos. No currículo estão, entre outras, as peças Nossa Cidade (Thornton Wilder); O Grande Amor de Nossas Vidas (Consuelo de Castro); O Mercador de Veneza (William Shakespeare); Os Ossos do Barão (Jorge Andrade); A Escada (Jorge Andrade); Jingobel (Cláudio Simões); Darwin e O Canto dos Canários Cegos (Murilo Dias), além de seis textos escritos especialmente para o grupo por Gilberto Amendola (Espeto de Coração, Nos 80, Sex Shop Café, Pirou Jussara?, A Peça é Comédia? e Antibióticos).
Serviço
Ficha Técnica
Autor: Gonçalves Dias
Direção: Orias Elias
Elenco: Daniella Murias, Walter Lins, Orias Elias, Roberto Francisco, Ricardo Sequeira e Sabinna Di Colluccy
Figurinos, Iluminação, Sonoplastia e Visagismo: Walter Lins
Operação de Luz e Som: Rogerio Gonzaga
Montagem de luz: Gabriel Greghi
Cenário: Orias Elias
Cenotécnico: Jones Cortez
Marceneiro: Sergio Igino
Espaço Cultural Encena
Rua Sargento Estanislau Custódio, 130
Jd. Jussara – Vila Sônia – São Paulo
Tel: (11) 2867-4746.
e-mail: encena@encena.art.br