Escassez de vagas para estacionar no centro do Taboão inferniza motoristas
A falta de vagas para estacionar os veículos nas ruas centrais de Taboão da Serra está cada vez maior. O motorista que precisa ir ao centro da cidade enfrenta sérios transtornos para conseguir uma vaga onde possa estacionar o veículo, mesmo que seja por apenas alguns minutos. Por causa da escassez de vagas, os condutores são forçados a parar seus automóveis em locais distantes, onde é proibido estacionar ou até mesmo em locais reservados pelos estabelecimentos para os seus clientes.
E os transtornos não param por aí. Quem pára o automóvel nas ruas onde os guardadores trabalham é obrigado a pagar para deixá-lo na via pública. “Se a pessoa não paga e tiver que voltar lá o carro é arranhado”, denuncia o motorista Guilherme Santos, 38, anos, morador do Pirajuçara.
Rua Ernesto Capelari, um dos pontos mais críticos
Na última quarta-feira de manhã, ele precisou ir ao cartório reconhecer uns documentos e passou um bom tempo procurando uma vaga para o veículo. “Acabei deixando na frente de um comércio. O dono ainda reclamou, mas não tive outra alternativa”, afirma.
A funcionária pública Bruna Garcia, 30, moradora do Jardim Roberto, conta que quanto ia ao centro costumava estacionar seu automóvel nas imediações da padaria LaVille. Ela afirma que era o único local onde havia vagas, mas, atualmente nem mesmo lá sobravam alternativas para os motoristas.
Para comprovar as dificuldades enfrentadas pelos condutores basta uma passada rápida pelas principais ruas paralelas do centro do Taboão em horário comercial. A todo instante é possível observar veículos parando em frente aos outros já estacionados na padaria, ou nos bancos da região. Quando isso acontece o tráfego fica tumultuado e o motorista do carro de trás acaba sendo impedido de sair. “É preciso ter muita paciência. Isso deve piorar ainda mais com o conseqüente aumento da frota de veículos na cidade”, pondera o taxista Wellington Moraes.
Outro local em que nem sempre é fácil estacionar, segundo os motoristas, é nas imediações da prefeitura. Lá, os flanelinhas ajudam os condutores a encontrar vagas e guardam os veículos enquanto os proprietários estão fora. Eles não cobram um valor fixo pelo serviço, mas reclamam quando o pagamento é considerado pequeno.
“Quando a gente anda de carro sempre tem que ter algum dinheiro. Mesmo quando não estaciona em local privado tem que pagar aos flanelinhas”, reclama o comerciante Carlos Antônio Duarte.
O secretário Municipal de Transporte e Trânsito de Taboão da Serra, Carlos Andrade, disse à reportagem do Taboanense que a região central não dispõe de espaço para a construção de estacionamentos capazes minimizar os transtornos enfrentados pelos motoristas. Ele confirma que a única alternativa para os condutores é estacionar seus automóveis nas ruas paralelas às principais.
Segundo Carlos Andrade, a frota fixa de veículos da cidade está entre 54 e 55 mil unidades. Já a frota flutuante chega a 3,7 milhões mensais. “Esse número representa mais de 70 vezes a nossa frota”, salienta.
O secretário observa que o tamanho da frota, os congestionamentos freqüentes na Raposo Tavares e outras vias acabam refletindo negativamente no tráfego da região central da cidade. Além disso, ele pondera que o crescimento populacional ao longo da BR-116 também acaba influenciando na questão.