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Entenda a diferença entre dengue, chikungunya e zika

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Redação

17/12/2015 00:00
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Quando se fala em Aedes aegypti, o mosquito transmissor das doenças chikungunya, dengue e zika, é importante a clareza de que é uma espécie de mosquito que por ser essencialmente urbano precisa de obras de saneamento para que possa ser erradicado. Cidades com melhor saneamento terão melhor combate ao mosquito. Também é essencial o engajamento global da população no sentido de combater o mosquito, evitando a propagação de forma descontrolada. O Aedes transmite não só a dengue, como a chikungunya e o zika vírus. Médicos de família e comunidade, membros da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), esclarecem alguns pontos sobre as doenças.

“Esse surto de microcefalia e que aparentemente está associado ao zika vírus exige grande cuidado para evitar a proliferação do mosquito, que tem uma característica bastante vulnerável na fase de larva, quando pode ser eliminado com manobras bastante simples, como não deixar a água limpa parada para não reproduzir”, explica Hamilton Wagner, médico de família que atua no Rio Grande do Sul.

Além disso, existem pesquisas que mostram que mosquitos transgênicos teriam a capacidade de deter e impedir a reprodução, mas as pesquisas não foram adiante. “Com isso, é difícil que tenhamos um resultado a curto prazo. O que devemos fazer é tentar evitar o contato com o mosquito utilizando repelente e tomar os cuidados necessários que depende de cada um dos moradores de cada uma das cidades. É um momento de crise, um momento difícil e que exige responsabilidade de todos nós”, reforça o médico gaúcho.

Transmissão

De acordo com a literatura, as formas de transmissão da dengue, chikungunya e o zika vírus é via picada do inseto e também por meio de relação sexual, que ainda há poucos casos relacionados. “Há apenas um no mundo, de um homem que estava na Polinésia Francesa retornou ao país de origem, os Estados Unidos, e após relação sexual com a esposa, essa também passou a ter sintomas do zika”, explica Ana Paula Martins Marcolino, médica de família que atua em Goiás.

Uma das formas de transmissão mais polêmica é a vertical, que é a de mãe para o feto, que tem causado doenças em bebês e foi confirmada por meio de detecção do vírus na corrente sanguínea dos bebês. “Ainda não se sabe exatamente o mecanismo relacionado a microcefalia ou o adoecimento desses bebês pelo vírus zika, mas o fato é que existe sim esse tipo de transmissão”, ressalta Ana Paula.

Sintomas

Ao identificar sintomas como fortes dores no corpo, cabeça, vômitos e náuseas constantes é necessário procurar atendimento em uma Unidade de Saúde. “A dengue pode ser confundida com outras viroses como a gripe e o diagnóstico é importante para definir o tratamento”, ressalta Rodrigo Lima, que atua em Recife e é diretor de comunicação da SBMFC.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito apenas pelo exame clínico. Os exames de sangue só são indicados para quadros suspeitos de potencial gravidade ou quando há dúvida no diagnóstico. Lima ainda alega que se não for diagnosticada a tempo, a doença pode levar a pessoa à morte. A doença, principalmente a dengue hemorrágica, pode agravar o quadro clínico do paciente se não diagnosticada e tratada a tempo.
 
Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?

A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.

É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.

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