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Em novo protesto, moradores exigem revogação do aumento do IPTU

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Redação

10/02/2010 00:00
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O povo foi para as ruas. Em uma das mais importantes manifestações populares da história de Taboão da Serra, centenas de moradores protestaram nesta terça-feira, mais uma vez, contra o aumento abusivo do IPTU. A manifestação que começou acanhada, ganhou volume e os moradores querem que a lei que aumentou o valor da Planta Genérica de Valores seja revogada.
O protesto desta terça-feira aconteceu na Câmara Municipal, durante a sessão. Centenas de moradores ocuparam o plenário com faixas e cartazes pedindo aos vereadores que a lei fosse revogada. Por volta das 19h30, os manifestantes deixaram o plenário e fecharam a av. Dr. José Maciel, em um protesto que ganhou o apoio até de motoristas que circulavam pelas vias e buzinavam em sinal de apoio.

Foto: Rose Santana

Moradores protestam na av. Dr. José Maciel contra o aumento do IPTU

Alguns manifestantes queriam bloquear a rodovia Réis Bittencourt em sinal de protesto contra o aumento do imposto. Outros cogitaram ir protestar em frente a casa do prefeito Evilásio Farias, mas nenhuma das duas “iniciativas” acabou vingando. Depois de cerca de 30 minutos, os manifestantes voltaram para o plenário da Câmara Municipal.
Os vereadores decidiram criar uma comissão especial, que irá acompanhar os pedidos de revisão do IPTU e também realizar reuniões com os moradores para debater o assunto. A primeira reunião da comissão será quinta-feira, dia 11, às 19h, na Câmara. Os vereadores que compõem a comissão são: Natal (presidente), Carlos Andrade, Cido, Alexandre Depieri e Paulo Félix.
Os moradores estão se mobilizando para entrar na justiça contra o aumento do IPTU. “Vamos pagar em juízo até resolverem. Não podemos pagar um absurdo desse. Sou aposentada, viúva, não consigo pagar esse aumento, eu não posso pagar um aumento de 100%”, disse Maria Borreli, moradora jardim América.
Muitos moradores estavam revoltados com o carnê “recheado” que chegou em suas casas. “Que IPTU é esse? 200% de aumento, minha casa não vale isso. Isso quebrou a população. O que esses vereadores fizeram foi uma coisa abrupta, aprovaram um pacote fechado por unanimidade.”, afirmou o Sr. Antônio, morador do jardim Pazzine.
Mais reclamações
Para a advogada Cristina Teixeira de Carvalho, a esperança é maior do que a surpresa ao receber o seu IPTU. “Eles ainda estão irredutíveis, mas vamos conseguir”.  Apesar da esperança, muitos moradores lamentavam: “sou funcionário público municipal há 12 anos, moro entre favelas no Jd. Panorama, o aumento que veio para 2010 foi exorbitante. Eles falam de uma tal área centralizada, o que é isso?”, disse Jorge Cruz.

Foto: Rose Santana

A moradora Maria Borreli (dir): "vamos pagar em juízo até resolverem"

Entre as reclamações, as mais comuns são relacionadas a falta de investimento nos bairros. “Antigamente nós nem pagávamos IPTU porque a metragem é pequena. A prefeitura não faz limpeza onde eu moro, pagamos o síndico para fazer o serviço, não tivemos nenhum benefício, por que estamos pagando mais? Estamos pagando o mesmo que áreas que tiveram benefícios pagam? Meu IPTU subiu 90%”, lembra Luiz Costa, morador do Parque Pinheiros.

“ Essa é a primeira vez que venho aqui, e estou decepcionado. Esse problema do IPTU tem que ser revogado, isso é uma falta de respeito. Eu como munícipe me sinto envergonhado. O negócio é não pagar! Precisamos revogar essa Lei, vamos pedir providências aos órgãos competentes e denunciar esse abuso. Meu imposto aumentou 110%. Espero que os vereadores tenham um pouco de sensibilidade”, afirmou Jorge Luiz, morador do Jd. Pazzine.

Outro morador, José Antônio, do Parque Pinheiros, reclamava do disparate entre o aumento do IPTU e do salário mínimo. “O salário mínimo recebe um aumento merreca, já o IPTU um aumento de 400% , 500%. Isso não é justiça social, nem na época da ditadura esse tipo de coisa acontecia. Vamos entrar com uma ação coletiva, isso é um abuso de poder, é autoritarismo”.

“É injusto, agente paga aluguel, que aumenta, paga IPTU com um aumento absurdo desse. O salário mínimo não aumenta. Taboão da Serra não está tão valorizado assim para ter um aumento desses”, Cristina, Parque Albina.

Alguns moradores reclamaram da presença da polícia e da Guarda Municipal no entorno da Câmara Municipal. “Estamos tentando reivindicar um direito nosso, por que tanta polícia e armas? Os bandidos estão aqui? Somos trabalhadores, as crianças estão assustadas”, afirmou Margarida Pavão, jardim Ouro Preto.

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