Delegado depõe em julgamento e inicia acusações
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O delegado responsável pelas investigações de fraude do IPTU em Taboão da Serra, Dr. Raul Godoy, foi a segunda testemunha de acusação a ser ouvida neste primeiro dia de julgamento. O depoimento teve inicio às 14h30, a juíza Flávia Castellar Olivério perguntou ao delegado qual era a função de cada réu dentro do seu entendimento. Godoy fez um relato minucioso da participação de cada um.
O depoimento do delegado foi o mais longo desse primeiro dia, durou cerca de três horas, praticamente todos os advogados de defesa fizeram perguntas. Alguns advogados questionaram Godoy sobre a forma que ocorreram as prisões, se há provas sobre as baixas, sobre os beneficiários e a empresa Conam. O Advogado do ex-secretário Roberto Valadão questionou Godoy sobre quais provas concretas a polícia teria ou tem contra seu cliente.
Foto: Rodrigo Martins
Advogados e réus chegam ao Fórum de Taboão da Serra para o julgamento
Godoy respondeu que o ex-secretário era responsável por assinar os balancetes da prefeitura, quando não o fazia, delegava a função, e todas as provas referentes à fraude, segundo ele, foram documentadas.
Mesmo sendo o dia de perguntas às testemunhas e não de debate, o advogado quebrou o protocolo e rebateu a resposta. “Valadão assina balanço porque é formado em ciências”, disse, e ainda quis saber por que a polícia se refere aos acusados usando o termo “organização criminosa”. “Como pode fazer uma afirmação dessas sem ter provas? Meu cliente passou 54 dias na cadeia por culpa dele [delegado Godoy]”, disse exaltado o Dr. Ferdinando Antônio Montanari.
Um dos advogados perguntou ao delegado se “a empresa Conam estaria em conluio com a prefeitura”. Godoy respondeu que a empresa Conam, esta sob suspeita. “Hoje a Conam passa a ser investigada”, respondeu.
A última testemunha da noite foi o senhor Diogo Pupo Nogueira Filho, ex-proprietário de um terreno no Jd. Mirna, que teve sua venda intermediada pelo réu Milton Andrade. “O senhor Milton comercializou a venda”, disse Nogueira.
Nogueira, que é parente de empresário Silvio Ramalho Foz Júnior, primeiro depoente do dia, também afirmou que em dezembro de 2010 fez o pagamento do seu carne de IPTU direto no Atende, no valor de aproximadamente R$ 14 mil, com um cheque nominal à prefeitura, mas parece que esse cheque não chegou aos cofres públicos. A testemunha apresentou cópia do cheque e carnê de IPTU aos policias durante as investigações.
Por volta das 17h40 a juíza Flávia encerrou a audiência, uma vez que todos os réus devem estar em seus domicílios até às 19h, conforme determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo durante a concessão do Habeas Corpus.
Nessa quinta-feira, dia 25, às 9 horas, a audiência continua ouvindo as testemunhas de acusação.