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Cooperativa Habitacional Vida Nova leva educação para canteiro de obras
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Aprender a assinar o próprio nome pode parecer um fato simples. Mas, para quem passou a maior parte da vida sem saber fazê-lo esse ato comum ganha uma importância singular. Tanto, que quando se concretiza, a pessoa nunca mais esquece a emoção de conseguir assinar os próprios documentos.
Além disso, valoriza de maneira especial a importância da assinatura que passa a repetir cotidianamente revestido de orgulho e satisfação. É assim que o alagoano José Aparecido Bezerra, o Barrerito, 28 anos, que mora há nove no Taboão e trabalha na Cooperativa Habitacional Vida Nova descreve a emoção de aprender a ler e escrever e assinar o próprio nome.
“A pessoa que não sabe ler e escrever não é nada, depende dos outros para fazer tudo”, enfatiza José Aparecido.
Ele foi um dos primeiros beneficiados pelo programa de alfabetização realizado pela Cooperativa Habitacional Vida Nova. A iniciativa de ensinar a ler e escrever no canteiro de obras da cooperativa partiu do presidente da entidade, o vereador Aprígio, há seis anos, quando ele constatou que grande parte dos funcionários que trabalhavam no local não sabiam assinar o próprio nome.
“Em dia de pagamento a gente tinha que levar a carimbeira e recolher as digitais, pois a maioria não sabia assinar o nome. Então pensei: temos que levar uma professora para ensinar a eles”, relata Aprígio.
Seis anos após a implantação do projeto ele comemora o fim do analfabetismo entre os 800 funcionários da cooperativa. O vereador informa que a escola montada no canteiro de obras já atendeu quase 500 alunos. Ele afirma que o alagoano Barrerito foi um dos pioneiros no curso e se destacou pela força de vontade e determinação de aprender.
“Ele é muito esforçado, levou a escola a sério. A primeira vez que assinou o holerit chorou muito. Hoje é um excelente profissional”, salienta o presidente da cooperativa.
Os funcionários atendidos pelo programa trabalham durante o dia e à noite participam das aulas. Somente quando vão prestar exames eles vão a outras instituições responsáveis pela aplicação das provas.
Os primeiros trabalhadores que se formaram na escola da obra já estão cursando o ensino médio. Há até os que sonham em fazer faculdade.
A vida de José Aparecido Bezerra mudou desde que ele teve a oportunidade de aprender a ler e escrever. Antes, ele sentia vergonha de sair com os amigos e não conseguia fazer coisas simples, como tomar um ônibus sem a ajuda dos outros.
Mas, ele lembra que o aprendizado não veio fácil. A primeira barreira que ele teve de superar foi o próprio medo de não conseguir aprender e logo depois as brincadeiras dos amigos e até o preconceito. “Hoje sei que nunca é tarde para aprender. A gente precisa ter a oportunidade e vontade de conseguir”, ensina.